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Artigos-->Vestibular para Assistente do Inferno -- 12/04/2003 - 23:03 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Vestibular para Assistente do Inferno

(por Domingos Oliveira Medeiros)

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Saiu o resultado parcial da segunda prova prática, realizada para a categoria de Assistente do Inferno. As provas foram realizadas no Iraque, e abrangeram todas as cidades daquele país. O resultado, de modo geral, não surpreendeu. Todos, na verdade, já sabiam, de antemão, do seu desfecho.



Os representantes da França, Alemanha, Rússia e até da China, foram considerados reprovados. Suas teses não chegaram nem a ser levadas em conta. Falavam de paz, de solução negociada, diplomática, e, sobretudo, que se evitasse o uso de armas atômicas para os exercícios de campo. Quanto à sugestão para que a ONU retomasse as conversações com vistas ao encaminhamento, supervisão e fiscalização da fase de reconstrução daquele país, a nota ficou abaixo de cinco. Ainda cabe recurso, Mas o ganho de causa é duvidoso.



Os classificados, com louvor, foram apenas os dois primeiros colocados: o representante da Inglaterra; e o dos Estados Unidos da América, que tirou o primeiro lugar, com nota bem superior ao segundo colocado.



O resultado da prova prática demonstrou a força da coligação “anglo-saxônica”. Muitas crianças, jovens e adultos foram mortos pela artilharia e aviação norte-americana. Alguns tiveram suas casas destruídas; e outros morreram soterrados dentro delas. Considerável número de civis inocentes tiveram seus membros superiores e inferiores amputados. Muitos perderam seus parentes, seus bens e o pouco que lhes restavam de esperanças.



Até jornalistas foram mortos, em situação até agora inexplicável. A ocupação de Bagdá se deu de forma tumultuada. Prédios, que nada tinham a ver com alvos militares, foram bombardeados. Hotéis, hospitais e residências foram atacados por mísseis de longo alcance.



O chamado “fogo amigo” funcionou com eficácia. Muitos soldados amigos foram mortos nestas circunstâncias. Os enganos foram tão bem executados que pareciam propositais. As armas inteligentes, de precisão cirúrgica, não passaram no teste.



Grande acervo cultural foi destruído e saqueado. Os soldados não conseguiram defender o patrimônio histórico da cidade. A população vagueia pela rua. Há saques e justiça praticada com as próprias mãos.



Há sinais de que a luta ainda continuará por longo tempo, pois restaram componentes de grupos rivais no Iraque, que não vêm com bons olhos a ocupação americana.



Muito dinheiro foi gasto nesta operação. Mas, até agora, a exemplo do Afeganistão, só restaram escombros e a incerteza de onde está o Bin Laden e o Saddam Hussein. Apenas a estátua deste último foi derrubada. Não há luz no final do túnel. E o mundo, ao invés de melhorar, ficou pior. E tende a piorar ainda mais. Um trabalho de mestre. Mestre-Assistente do Inferno. Que agiu, segundo ele próprio, em nome da liberdade e do regime democrático que pretende instalar na região. O diabo é mesmo cheio de astúcias.









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