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Contos-->20.07.2020 - O Linguajar Cearense -- 19/07/2020 - 21:33 (TARCISO COELHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

https://www.youtube.com/watch?v=cKCtXNeSePw



 



Diário da Pandemia



 



O Linguajar Cearense (Josenir A. de Lacerda) Todo poeta de fato É grande observador Seja da rua ou do mato Seja leigo ou professor Faz verdadeira pesquisa Vasto estudo realiza Buscando essência e teor Por esse nato talento Na hora de versejar Busca o tema e o momento Visa o leitor agradar Não sente conformação Se não passa a emoção Que dentro do peito está Neste cordel-dicionário Eu pretendo registrar O rico vocabulário Da criação popular No Ceará garimpei Juntei tudo, compilei Ao leitor quero ofertar Se alguém é desligado É chamado de bocó Broco, lerdo e abestado Azuado ou brocoió Arigó e Zé Mané Sonso, atruado, bilé Pomba lesa e zuruó Artigo novo é zerado Armadilha é arapuca O doido é abirobado Invencionice é infuca O matuto é mucureba Qualquer ferida é pereba Mosquito grande é mutuca Quem muito agarra, abufela Briga pequena é arenga Enganação, esparrela Toda prostituta é quenga Rapapé é confusão De repente é supetão Insistência é lenga-lenga Qualquer tramóia é motim Solteira idosa é titia Mosquitinho é mucuim Recipiente é vasia Meia garrafa é meiota O exibido é fiota Travessura é istripulia Bebeu muito é deodato Brisa leve é cruviana O sujeito otário é pato Cigarro curto é bagana Fugir é capar o gato O engraçado é gaiato Quem vai preso tá em cana Ter mesmo nome é xarapa Muito junto é encangado Água com açúcar é garapa Cor vermelha é encarnado Muita coisa dá mêimundo Sendo Mundim é Raimundo Valentão é arrochado A rede velha é fianga Com raiva é apurrinhado Careta feia é munganga Baitinga é o mesmo viado O bom é só o pitéu Bajulador, xeleléu Sem jeito é malamanhado Bater fofo é não cumprir tecetera é escambau Sujar muito é encardir Quem acusa, cai de pau Confusão é funaré Carta coringa é melé Atacar é só de mau Qualquer botão é biloto Mulher difícil é banqueira Pequenino é pirritoto Estilingue é baladeira Qualquer coisa é birimbelo Descorado é amarelo Sem requinte é labrocheira Um perigo é boca quente Porco novo é bacurim Atrevido é saliente Quem não presta é corja ruim Dedo duro é cabuêta A perna torta é zambêta Coisinha pouca é tiquim Parteira era cachimbeira Dar mergulho é tibungar Tem cucuruto, moleira Olhar demais é cubar Tem ainda ternontonte Que vem antes do antonte Ver de soslaio é brechar Quem briga bota boneco Sem valor é fulerage Copo pequeno é caneco Estrada boa é rodage O tristonho é capiongo Galo ou inchaço é mondrongo E a ralé é catrevage O velho ovo estrelado É o bife do oião Nervoso é atubibado Repreender é carão O zarôlho é caraôi Enviezado, zanôi Inquieto é frivião A perna fina é cambito Dar o fora é azular Muito magrelo é sibito Pisar manco é caxingar Rede pequena é tipóia Tudo bem é tudo jóia Fazer troça é caçoar A expressão 'dá relato' Que atinge mais de légua 'Tá ca peste!' 'Só no Crato! 'Tá lascado!' e 'Arre égua!' 'Corra dentro!' ' Qué cirmá? ' 'É de rosca? 'Éé de lascar! ' 'Vôte!' 'Ôxente! 'Isso é paid'égua!' Se é muito longe, arrenego Que Deus do céu nos acuda É pra lá da caixa prego Lá no calcanhar do juda Nas bimboca ou cafundó Nas brenha ou caixa bozó Onde o vento a rota muda Se é cheia de babilaque É ispilicute ou dondoca Ligeiro é 'que nem um traque' Agachado é tá de coca Sem rumo é desembestado O faminto é esguerado Bolha na pele é papoca Chamuscado é sapecado Nuca, cangote é cachaço Meio tonto é calibrado A coluna é espinhaço Se está adoentado Tá como diz o ditado: 'da pucumã pro bagaço' Cearense tem mania Chama todo mundo Zé Zé da onça, Zé de tia Zé ôin ou Zé Mané Zé tatá ou Zé de Dida Achando pouco apelida Um bocado de Zezé Fazer goga é gaiofar O que é longo é cumprissaio Provocar é impinjar Toda pilôra é desmaio Salto ligeiro é pinote Bando, turma é um magote Cesto sem alça é balaio A comidinha caseira Tem fama no Ceará Tipicamente brasileira Faz o caboco babar No bar do Mané bofão Pau do guarda, panelão O cardápio vou citar: Sarrabulho, panelada Mucunzá e chambari Tripa de porco, buchada Baião de dois com piqui Tem pão de milho e pirão Carne de sol com feijão Tijolo de buriti Quem é ruivo é fogoió O tristonho é distrenado Tornozelo é mocotó Cheio de grana, estribado Jarra de barro é quartinha O banheiro é a casinha Sem saída, 'tá pebado' A bebida e o seu rol No Ceará todo habita A fubuia e o merol A truaca e a birita Amansa sogra ou quentinha Engasga gato, caninha A meropéia e a mardita O picolé no saquinho Aqui se chama dindin Se é o dedo menorzinho É chamado de mindin Riso sonoro é gaitada Confusão é presepada Atrevido é saidin Papo longo e sem valor É 'miolo de pote' Muito esperto é vívido Adolescente é frangote Soldado raso é samango A lagartixa é calango O tabefe é cocorote A lista é quase sem fim Não cabe num só cordel Tem alpercata, alfinim Enrabichada e berel Chué, baé, avexado Bãe de cúia, ôi bribado Quebra-queixo e carritel Tem visage, sarará Tem bruguelo e inxirido Rabiçaca e aluá Ispritado e zói cumprido Bunda canastra, lundu Dona encrenca, sabacu Bonequeiro e maluvido O cearense é assim: Dá cotoco à nostalgia A tristeza leva fim Na cacunda dá euforia dá de arrudei na carência Enrola a sobrevivência e embirra na alegria  



A autora JOSENIR A. DE LACERDA, Nasceu em Crato, Ceará, no dia 16 de janeiro de 1953. Com trabalho alicerçado na cultura popular, ela tem publicado vários cordéis ao longo da história. É uma das fundadoras da Academia de Cordelistas do Crato (ACC), na qual ocupa a cadeira n° 03. Recentemente, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC).



 



Veja mais em: http://culturanordestina.blogspot.com/2008/11/o-linguajar-cearense.html



 



 



Últimas Notícias: https://www.uol.com.br/



 



 



Diário da Pandemia



 



 



O Diário da Pandemia



Que inventei de escrever



Jamais teve a intenção



Que não só o meu querer



De o dia a dia registrar



Pra no futuro lembrar



O que estamos a viver



 



 



Mas é preciso dizer



Aqui não vou divulgar



Notícias de tristeza



Já que quero me alegrar



E se esse meu escrever



Nem pouco alegrar você



Mal também não lhe fará.



 



 



Caros Amigos,



 



 



A partir de 22.03.2020, passei a publicar versos meus em outras situações, retornando ao assunto em pauta apenas eventualmente.



 



 



Para lê-los ou relê-los clique: https://bit.ly/tarcisocoelho



 



 



 



Obs.: Fico grato pelas visitas, inclusive a outros trabalhos lá publicados, bem como aos comentários que tiverem a bondade de escrever.



 



 



 



Abraços a todos.



 



 



Tarciso Coelho, Crato (CE), 20.07.2020.



 



 


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