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cronicas-->A Leveza do Ser Humano -- 15/10/2008 - 08:52 (Ester Endo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Leveza do Ser Humano

Por Ester Machado Endo

Da luz que emana do brilho dos olhos, como uma chama viva emoldurada de curiosidade e interesse, nos desvencilhamos dos nossos questionamentos. Como o relàmpago que corta o céu escuro e tempestuoso, o pensamento risca também o universo de nossas idéias, clareando as dúvidas e dissipando os nódulos crispados da incongruência humana.
Quão inúmeras vezes os sonhos constituem-se em vagas esperanças, como fagulhas intermitentes de um anseio por longo tempo acalentado. Brota e cresce, floresce e dá frutos a arvore amiga. A idéia nasce no àmago do coração, cresce e floresce no cerne da mente e dá frutos suculentos no desenrolar da vida. Aquele que encontra o verdadeiro sentido da vida sonha acordado com um mundo fantástico, de poesia, arte e beleza. Percorre incansavelmente o atalho, por vezes, repleto de escolhos e buracos, mas, que o leva sem dúvidas, à meta almejada. Esse, com certeza, teve uma impressão diferente do viver, isto é, conseguiu chegar ao àmago do cerne humano, desfrutando da sabedoria abrangente de uma vida plena. Por isso ama a vida, cresce no conhecimento da verdade e semeia amor e compreensão ao longo de seu caminhar.
Só uma pessoa revestida da armadura do saber e conscientizada de sua frágil existência pode perceber a vulnerabilidade da existência humana. Ela pode ser varrida num instante, por um vendaval, que não precisa ser violento ou uma tempestade já basta para tirar-lhe a vida. Muitos são ceifados da face da terra, sem mesmo ter começado a viver conscientemente. Deixaram-se envolver pela ignorància de um viver medíocre. Embalados pela estupidez humana, vivem à margem da vida. Sentados em seus próprios empecilhos, afogam-se na ignorància, ocultando-se de si mesmos como se fossem meras ostras. Ficam extasiados com o desenrolar dos acontecimentos, sem agirem, apenas como espectadores de uma peça teatral, da qual não fazem parte. Aplaudem o sucesso dos outros, mas trazem dentro de si a frustração de se sentirem medíocres e inativos. Às vezes, fica muito mais cómodo ficar à margem da vida sem interagir, porque pode evitar decepções e percalços. Nessa dormência de enclausuração a mente definha e o coração já perdeu sua grande finalidade: bombear alegria para irrigar a alma e o espírito, que jazem moribundos.
Como uma adega guarda os mais preciosos vinhos, nossa mente tem uma capacidade imensa de armazenar os saberes acumulados de nossa preciosa existência. Através de esforços e comprometimentos chegamos ao patamar da existência humana. Onde pulverizada pelo desejo do saber, nos doamos inteiramente de corpo e alma, na busca de nossas origens. De onde viemos? Como chegamos a esse planeta? Quem são nossos ancestrais? Por que fomos colocados na terra? Qual a finalidade da existência humana? Se parássemos para analisar a profundidade desses contextos saberíamos, pelo menos, quais seriam nossos objetivos como ser humano. Um deles é de termos por obrigação ao abrirmos nossos olhos pela manhã, elevarmos nossos pensamentos aos céus em agradecimento a essa Força maior que nos conduz, através do emaranhado da vida. Somos meras criaturas, frágeis e indefesas, que com um simples agir da natureza podemos perder nossas vidas. Vivemos em baixo de um firmamento pontilhado de inúmeros planetas e planetóides, além dos astros e estrelas. Não temos sequer a noção da grandiosidade desse conglomerado que nos cobre. Um simples erro e, tudo poderá acabar-se num piscar de olhos. A raça humana passaria à extinção, como ocorreu com os dinossauros e outros seres viventes desse planeta. Mas temos a proteção desse Ser Supremo, que um dia disse: haja luz e ela se fez. Seria a única finalidade do ser humano cultuar essa Santidade? Penso que vai além dessa prerrogativa. A de propagar a chance de que todo ser humano tem de gozar dessa indubitável segurança e pertencer a esse Ser Supremo, que nos fez segundo sua semelhança. Ele nos colocou um pouco abaixo dos anjos, dando-nos sabedoria inteligência e, por que não, poder para remover todos os fantasmas e montanhas de nossas vidas.
Somos bilhões confinados num espaço, onde se misturam raças, ideais e sonhos. O ser humano é formado da mesma matéria de que compõe o universo. Se não fosse a alma, seríamos apenas um animal inteligente. Mas esse é o cerne do ser humano, a alma, que nos diferencia dos demais animais. Através da alma nos elevamos como seres especiais que somos, constituídos especialmente para povoar a terra. Ela nos dá a grandiosidade de discernimento, do bem e do mal. Através dela, somos capazes de chegar ao mais nobre sentimento, doar-nos a nós mesmos para aqueles que nos cercam, aqueles que amamos. É esse sentimento que nos transporta para a amplitude do nosso universo, rompendo barreiras, encurtando distàncias, derrubando costumes, unindo as raças, suplantando as religiões. É onde nasce o maravilhoso sentimento que, afagado pelo desejo de ser especial, nos tornamos parte de um vale coberto de pastos verdejantes. Que unidos por esse sentimento gostoso e agradável, de mãos dadas, bebemos da fonte cristalina que emana leite e mel.
Como a chama que aquece o pequeno carvão, tornando-o incandescente e mantido junto aos outros, forma-se uma fogueira. Assim é o ser humano. Quando aquecido pela chama do desejo de suplantar a própria existência, ele se desdobra em maravilhosa caminhada na busca da sabedoria. Como se estivesse num arco-íris corta o universo da ignorància de ponta a aponta, substituindo-o pelo saber. A cada gota de sabedoria acrescentada à sua intelectualidade, ele vai crescendo em estatura emocional e intelectual. Seus sentimentos afloram como um botão de rosa, desvencilhando-se do caule que o mantém vivo, ainda informe. Inicialmente, sem muito matiz, depois explode num multicolorido, levando emoção a quem o observa. Assim é o homem: cada centelha de sabedoria acrescentada ao intelecto permite ele se conhecer. Quanto mais aprende, mais percebe que não sabe nada. E começa a questionar sua mediocridade. Como o bambu, que quanto mais cresce mais se curva, assim é o ser humano: quanto mais sábio mais humilde ele se torna, porque percebe a fragilidade de sua existência. A busca continua, mas agora é consciente, porque ele já trilha em outra dimensão e vê a vida com os olhos da alma, banhada de fé.
Quando o ser humano chega a esse estágio de sentir o universo como um todo, então se volta para dentro de si. Assim, ele pode perceber quão intrínseco e complexo é. Criatura dotada de sentimentos e emoções, onde um simples pensamento pode alterar o ritmo da vida. Nesse caminhar para dentro de si, o ser humano descobre que existe algo de semideus nele. Ele tem o poder de dar vida, assim como tirá-la. Tem o poder de se locomover através do universo. Tem o poder de perscrutar as estrelas. Tem o poder de conter os mares, barrar o fogo, dominar o vento. Com todo esse poder, o ser humano fica perplexo diante da incapacidade de dominar seus próprios sentimentos, seu coração. Este é imprevisível, como um corcel indomável, salta barreiras, atravessa mares, encurta distàncias. Ele fustiga, oprime, impõe sua vontade. Até o momento que nos deixamos ser dominados por ele e passamos seguir seus desejos. Passamos a compartilhar dos mesmos sentimentos, de suas frustrações, de suas alegrias, de seus anseios. Passamos, então, a compreender cada pulsar que nos indica a vida. Nesse momento nos tornamos mais humanos e nossa fragilidade se expõe. Então percebemos como somos incapazes de viver sem a interação desse Ser Supremo, que criou o universo e a nós mesmos, em nossas vidas. Quando nos aproximamos Dele, tudo se modifica. É como se um escudo de proteção fosse colocado à nossa volta. Não importa o que acontece lá fora, porque dentro, apesar de nossa fragilidade, de nossa leveza, descansamos seguros nesse abrigo... Nosso Pai Celestial.


Ester Machado Endo
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