Usina de Letras
Usina de Letras
84 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62243 )

Cartas ( 21334)

Contos (13266)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10369)

Erótico (13570)

Frases (50639)

Humor (20032)

Infantil (5440)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140811)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6198)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->LAVAGEM CEREBRAL -- 10/04/2003 - 20:44 (Joel Ribeiro do Prado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A lavagem cerebral é um processo cruel de aniquilamento do ser. Ele é lento como uma "faxina" bem feita. Tem de ser assim para que não reste, em nenhum cantinho do cérebro, sequer uma migalha de consciência capaz de crescer e se multiplicar. O paciente da lavagem é sempre alguém desestruturado, com problemas existenciais, os quais não sabe como resolver. Essa circunstância o torna presa fácil de qualquer oferta de apoio, sem que se preocupe em avaliá-la, ou sem que possa avaliá-la, devido à sua própria condição psicológica. De início, tudo é feito para produzir uma sensação de bem estar no paciente, de modo a que ele não resista à vontade de estar naquele ambiente "sagrado" o maior tempo que possa.



Leituras, depoimentos, testemunhos, palestras, seminários... Gradativamente, o paciente é levado a crer num crescimento seu. Como é previsível e quase sempre inevitável, essa alienação, à medida em vai consumindo o tempo, impede que o paciente realize bem as tarefas da sua vida real, o que traz o agravamento das dificuldades materiais. Contra a possibilidade de que o paciente, premido por suas perdas crescentes, desgarre-se do rebanho, cultiva-se nele a crença de que essas perdas são resgates, são purificadoras.



Quem tiver a chance de acompanhar esse processo de destruição da personalidade e do mais a que ela seja indispensável - família, trabalho, sucesso na vida - irá constatar, sempre, que ocorre uma incrível mudança de ótica no paciente. Ele passa a não reconhecer a necessidade de ser objetivo em suas ações de atendimento às demandas naturais que a vida apresenta. Nada do que ele ainda faça como pessoa escapa daquele "tratamento" espiritual do qual ele se tornou um grande discípulo, um praticante incondicional, um "sacerdote", um divulgador incansável. Como é obvio, os problemas resolvidos, seja pelo tempo, seja pelo auxilio de outros, jamais escaparão de um registro como provas da "maravilhosa" prática dele, paciente.



Desconectadas da sua individualidade, as infelizes vítimas desses processos de escravização da alma permanecem nesse estado de inconciência, apoiando-se umas às outras no convívio diário, dentro de um clima ufanista, onde cada um conta para os demais as suas "conquistas", falando das "provas" que teve. Nunca eles consideram que outros fatores, alheios à sua prática religiosa, poderiam ter atuado na mudança de uma situação. Tudo o que possa levar a um questionamento da sua prática é rejeitado.



Eles, os praticantes ou pacientes, estufados por esse vento de tantas "glórias" alcançadas, sentem-se como componentes de uma equipe agraciada por Deus, que lhes permitiu descobrir tantas verdades -as mesmas que, ainda na infância, a gente já ouve falar mesmo em casa, nas conversas da familia. Eles se sentem como obreiros de um projeto importante de salvamento do planeta, no qual toda a família deve se engajar. Como quase sempre são pessoas que nunca participaram de projeto real nenhum, sentem-se pela primeira vez importantes. Estes são os que vestem a vida do avesso e nunca se apercebem da sua falta de estética...



Tudo isto ocorre repetidamente por obra e graça da carona que a liberdade de pregação pegou na liberdade de culto. Os ministros do Diabo, travestidos de apóstolos de Deus, andam pela Terra praticando o crime da falsidade ideológica. E o fazem impunemente, de modo perverso, coercivo, intimidatório, prenunciando a ruína absoluta daquele que não se converter e não repassar para os cofres da pérfida máfia até mesmo o muito pouco que tenha. Tal crime de extorsão e de apropriação indébita da pessoa continuará sendo praticado sem nenhum impedimento legal enquanto os nossos distraídos legisladores não conseguirem ver a diferença entre liberdade de culto e liberdade de pregação.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui