REMINISCÊNCIAS 18: O ESPARTILHO VERMELHO
Carla já estava subindo pelas paredes.
Separada há dois anos, não tinha arranjado nenhum namorado, pois os homens pareciam fugir dela.
Durante um almoço com alguns colegas de trabalho, após umas taças de vinho, surgiu o assunto do relacionamento de casais, divórcios, separações, traições.
Carla viu a oportunidade para desabafar e contou seu drama de estar há dois anos sem sexo.
Pedro, não se sabe se foi sério ou por brincadeira disse:
- Se o teu problema é esse, Carla, eu passo no teu quarto à noite para resolver.
Gargalhada geral e apupos de incentivo.
Carla sorriu de orelha a orelha e foi se aconselhar com a amiga Lúcia. Esta sugeriu que ela fosse a uma “sex shop” e comprasse um espartilho para usar com ligas e meias arrastão na cor vermelha porque homens adoram esses fetiches.
Carla foi ao “sex shop” e comprou o conjunto mais sensual que encontrou.
Na hora combinada, após um banho de banheira com sais, ela ficou vestida com o espartilho e as meias, aguardando impacientemente.
Quinze minutos, vinte minutos, vinte e cinco minutos, os minutos passavam e nada do Pedro aparecer para tirá-la do atraso.
Ela pegou o telefone e ligou para o apartamento dele cobrando a promessa.
Pedro bateu na porta timidamente, morrendo de vergonha. Tinha ido lá para desculpar-se porque achava que a havia ofendido.
Quando a porta abriu, dizem as más línguas, Carla puxou-o pelo colarinho, jogou-o na cama, arrancou-lhe as calças e as cuecas, montou em cima dele e traçou-o ali mesmo, sem nem dar tempo de ele dizer um “ai”.
Deve ter sido uma noite e tanto porque, daquela noite em diante, viveram uns cinco anos juntos.
Tudo graças a um espartilho vermelho.
|