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Artigos-->172. SOBRE A NATUREZA DO TEXTO MEDIÚNICO — ERNESTO -- 10/04/2003 - 06:50 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Para nós, o tempo dos sermões passou. Quando nos deparamos com mensageiros que pregam como se do púlpito endereçassem invectivas aos fiéis pecadores, temos a impressão de que alguma falha existe no espírito do emissor, que não consegue manter a sua “fúria” verbalista, no vergaste aos vícios e aos viciados. Indiscutivelmente, a forma oratória nunca será extinta, pois o homem é ser complexo, que se compraz, muitas vezes, em ser fustigado por palavras de pesados prenúncios de grandes desgraças, para se pôr na defensiva e começar a reagir, de sorte a proteger-se contra o mal. Mas esta atitude é denotadora somente de que se trata de seres que não aceitaram realmente as verdades evangélicas, as quais devem ser impingidas, como se fossem pregos que só a marteladas conseguem penetrar na madeira endurecida pela contumácia nos crimes.



Não iremos incidir na mesma falha, através da elaboração de textos inflamados. Se o homem não quiser aceitar as verdades mais evidentes, terá como ônus caminhar mais demorado nas trevas da ignorância e perlustrará em vão os caminhos do mundo, sem atinar com a estrada que o levará definitivamente ao reino do Senhor.



Mesmo estas palavras são simbólicas e muitas podem até ser consideradas ramificações do florilégio que ornamenta os discursos gongóricos dos pregadores morais. Sendo assim, é preferível organizar textos curtos, de molde a prevenir males pequenos, um de cada vez, que, possivelmente, o encarnado irá assimilar como pastilhas que se tomam de tempos em tempos, para que, como resultado final, possa restabelecer-se a saúde do paciente. Esta fórmula é usual em textos produzidos a partir de citações para comentários dos orientadores espirituais mais elevados, que conseguem condensar, em poucas palavras, a sabedoria maior de que são portadores. Se bem compreendidos, são passíveis de serem considerados herméticos para a maioria, que não se apresenta para o espiritismo com o apanágio do conhecimento exaustivo que exige a exegese textual.



Se, por outro lado, o texto se apresenta muito técnico, com terminologia adequada mas factível de apreciações metodicamente organizadas, segundo critérios rigorosamente científicos, aí é que o necessitado de ajuda mais vai escorregar, pois os sábios, capazes de compreender a intenção, a extensão e a propriedade das considerações, não necessitam, neste campo de investigação, de nenhum estímulo externo para lhes atiçar a curiosidade, já que o trabalho intelectual lhes é absolutamente natural e o fazem por puro deleite.



Então, o que vamos considerar como texto abridor de caminho para demover os indecisos, os materialistas e os que se espojam no charco da maledicência e dos vícios? O uso da linguagem coloquial, do jargão, da gíria, é recurso válido quando se trata de se chamar a atenção para grupos bem definidos, segundo padrões socioeconômicos, circunscrevendo-se em determinada época muito curta, pois, dada a variedade dos falares e a mobilidade da terminologia adicional agregada à linguagem falada, tendo em vista fatores os mais diversos, principalmente para que não seja identificado o grupo em questão com outros grupos de procedimentos rejeitados, os usuários dessas modalidades permanecem agrupados, enquanto os interesses momentâneos persistirem, desaparecendo o linguajar com o esfacelamento do grupo. Se o texto aqui ficou muito obtuso, morem na jogada que vamos mandar uma brasa em exemplo vivo, fazendo com que nosso carango vocabular desencabule, encaixando notícia das antigas para incrementar ao nosso texto sentido novo, visante a demonstrar que, de tudo que expusemos, deve uma idéia frutificar: é que, se não nos propusermos de coração puro a aceitar o Cristo, não teremos ouvidos para perceber a suave canção do evangelho.



Por falar em canção, se sairmos das considerações meramente lingüísticas, poderemos encontrar, em outras formas de comunicação, recursos para o convencimento dos indivíduos a abandonar os seus usos e costumes perniciosos e a abraçar o evangelho. Assim, a música, a dança, a pintura, a escultura, o teatro, a mímica, enfim, as artes plásticas e as artes cênicas podem ser avocadas no auxílio ao transmissor, desde que encontrem os aparelhos convenientes para passarem à humanidade o seu recado de amor e de fé.



Caso não surtam os efeitos esperados, então reorganizaremos o pensamento intuitivo, no sentido de passarmos à influenciação direta de mensageiro para destinatário final, sem a intercessão do mediador, o que, de resto, seria imensamente mais improdutivo, como sempre se soube, fazendo-nos voltar à época de antes da terceira revelação, quando não havia sido desenvolvido e divulgado o uso da mediunidade com finalidades redentoras. Seria o “antitexto”, a “antimensagem”. Seria o absurdo de termos de negar, no próprio discurso, o próprio discurso. Por isso, irmãos, não sejamos exigentes com o transmissor, nem com a transmissão, nem com o recebedor, nem com a mensagem, seja oratória, didática, técnica, científica, coloquial, artística. Sejamos exigentes com nós mesmos, para obtermos o sucesso a que destinamos a encarnação, o que, muitas vezes, não alcançamos por desídia. Por isso, não vamos esmorecer nem duvidar. Vamos agir segundo princípios morais elevados, fundamentados nas leis do amor, da justiça e da caridade, trabalhando muito, estudando muito e vigiando, para que não sejamos pegos de surpresa, desarmados diante da batalha final.



Vamos reagir contra as tendências à ausência de comprometimento e, revigorados pelo amor a Deus, vamos investir contra a maldade, eliminando de nós todos os defeitos detectados, quer sejam migalhinhas insignificantes, quer sejam grandes porções. Um pouquinho agora, mais um pouquinho depois e logo teremos todo um arsenal de virtudes para oferecer ao serviço do Senhor.







Este amigo quer deixar estremecido agradecimento pela colaboração do mediador, que, mais do que apanhar o ditado, ajudou a formular as frases e a concatenar as estruturas lingüísticas, para que o texto pudesse apresentar-se legível. Não tive nenhuma dificuldade de imantação, mas meu vernáculo sofre os percalços de aprendizado recém-iniciado, o que me dificulta sobremodo, pois sou fluente em outra língua. Por isso, não desejo estender-me ainda mais, pois extrapolei todos os limites.



Muito obrigado, amigos! Fiquem com Deus!









COMENTÁRIO — HOMERO



Existe preocupação muito grande dos alunos da “Escolinha” com a forma do texto que devem preparar para o seu “début” mediúnico. Aprendem a correlação entre estrutura lingüística e estrutura literária, de forma que se desgastam, muitas vezes, buscando adequar nos textos forma e conteúdo, de modo a realizar mensagens de cunhos literário e doutrinal igualmente valiosos.



O nosso querido Ernesto buscou retratar essas preocupações, as quais, é bom informar, são abertamente discutidas nas reuniões preparatórias, em um único texto, a partir de certas noções que aprendeu na escuta das mensagens do irmão Maciel. Como se pode verificar, a partir desse primeiro momento em que a forma oratória predomina, pôde juntar outras observações que captou em diversos lugares, durante leituras públicas de mensagens mediúnicas, tendo feito apanhado mais meticuloso dentro do aparato mental oferecido tão generosamente pelo mediador, que se tem dedicado à leitura de diversas procedências, para adorno de seu cabedal de conhecimentos.



Disso resultou texto no mínimo interessante pela discussão em torno da modalidade e do efeito que cada tipo teria junto ao público leitor, mais ainda, junto a quantos têm de ser alcançados pela palavra do Senhor. Neste aspecto, o texto tem senões visíveis advindos do fato de se assemelhar a colcha de retalhos; mas, como exercício de interpenetração entre forma/conteúdo/objetivo, pode ser considerado válido.



No que respeita, porém, às noções evangélicas que devem ser passadas, está bem claudicante, a exigir certos reparos, pois, se se consubstanciou o ensinamento do evangelho, se se fez referência a vícios e virtudes, se se acentuou sobremodo o alto índice de rejeição que os homens apresentam relativamente aos princípios morais e espirituais que se contêm nas mensagens, por outro lado, não se destinou espaço igualitário para a moralidade, para a espiritualidade, de sorte que fosse este aspecto equiparado às demoradas explanações à parte técnica da escritura.



De qualquer modo, não seremos nós quem irá apedrejar o novel colaborador, que muito esforço demonstrou ao arquitetar texto em linguagem que lhe é estranha. Aliás, este foi um dos percalços encontrados, pois liberou demais o médium, que se viu em palpos-de-aranha para satisfazer aos impulsos magnéticos que lhe chegavam à linha do consciente. Mas que não se percam ambos por este lapso na transmissão, pois o resultado final foi bom, chegando o texto a ser publicável, desde que devidamente comentado e esclarecidos os objetivos finais de sua confecção, situando-se ele no contexto em que se inseriu.





(1) Ver, nesta coleção, “Caminho para o Bem Maior” e “Pregações”.



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