Tadeu - Ó amigalhão, tu conheces decerto aquela muito antiga que preconiza: se queres deveras proporcionar ao teu próximo a liberdade, não lhe dês nunca peixe. Dá-lhe, sim, uma cana...
Toninho - Oh... Se conheço. Até o meu pai, com medo que eu fugisse de casa para sempre, só me deixou a cana dele quando morreu...
Tadeu - Bem, eu refiro-me à Internet. Já reparaste que há milhares de indivíduos, em lugar de darem, tentando vender canas de pesca?...
Toninho - Claro, Tadeu. Só que, se um tipo cai na asneira de comprar a cana, quando chega ao local da pescaria não tem lugar: estão lá milhões deles a bater com as canas umas nas outras...
Tadeu - É mesmo. Dá-me ideia de que são milhões de parvos persistindo aparvalhar os incautos...
Toninho - E logo na época em que estamos. Não são gente lúcida. Não conseguem perceber que Deus, logo à nascença, deu uma cana de pesca a cada um...
Tadeu - A cada um?!... Por exemplo: Deus não deu cana de pesca às mulheres...
Toninho - Mas deu-lhes uma coisa muito melhor: o cesto para meter o peixe.
António Torre da Guia
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