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cronicas-->Estufas do efeito -- 28/09/2008 - 13:10 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estufas do efeito

Resolvi escrever esta crónica logo após ter visto a fotografia de ursos polares em busca de alimentos diante da escassez branca dos pólos, como consequência do efeito estufa. Uma outra foto mostrava a matança oficial de leões marinhos e focas na mesma região. Sem sombra de dúvidas que são quadros tristes, o rubro sobre o alvíssimo. E entre tudo mais e sobre tudo isso, o aquecimento do planeta continua e, ao que me consta, as principais autoridades do mundo não estão fazendo lá essas coisas para combater o mal pela raiz.
Quando uma tromba d´água passa, normalmente ela deixa um rastro de destruição que pode ser ferocíssimo. O que estamos esperando? Os pólos choram; noutras partes do planeta há sangramentos densos; a natureza se espreme diante do fogo, como se sentisse as cólicas do descuido ofertado pelo ser humano. O tempo nos acena curtíssimo e, que se traduzido, revelará dor e agonia pelo que ainda não foi feito. A situação é quase caótica, e os poluidores parecem descuidados ou até intimidados com uma possível desaceleração de suas economias, advinda de uma opção terapêutica que, se tomada, trará uma minoração dos males em relação ao aquecimento global, mas também uma redução da produção.
Há acalorados debates em vários locais do planeta e de concreto mesmo, pouca coisa ou quase nada serve. Arroubos de uns aqui, falácias de outros por lá e o efeito estufa vai seguindo infrênico, desobedecendo à moralidade dos governos diante de suas pífias resoluções. Até o gosto demasiadamente grande pelos holofotes midiáticos, parece, não tem fomentado as aglomerações de políticos e afins para falarem do assunto global.
Mês passado - agosto de 2008 - ao sair para o trabalho, vi em meu jardim que o meu Ipê branco estava florando, mas apresentando flores em heterogênea confluência e, no chão, já estavam sessenta por cento de suas flores caídas. No dia seguinte não havia mais sequer uma flor em sua capa e no chão as tantas caídas já se mostravam amareladas e murchas. Acho que o meu Ipê sangrou lágrimas brancas dos pólos por alguma dor. Diferente dos outros anos, a alegria do meu olhar foi curta e misturada ou diluída por certa sensação de falta. Pensei comigo mesmo: o efeito estufa chegou ao meu jardim e, justamente no meu Ipê, deixou seu lacunoso crivo de descompromisso para com a vida e o belo. Até meu Ipê branco, que foi criado com tanto amor, não está fora do aquecimento global. É uma pena.
Diante dos problemas mais cruciais que o homem tem enfrentado, o aquecimento global não poderá ser tratado com a rigidez guevariana de resolutividade, mas usar-se apenas a ternura do compasso da espera infrutífera também não é o mais adequado. O problema é árduo e exige que todos nós nos debrucemos sobre ele, nem que para isso tenhamos que reduzir a produção que polua, em níveis impensados antes. É a sobrevivência do planeta que está sob ameaça. O risco é grande. Não será Doha, Kyoto ou a reunião do Rio apenas que resolverão. Cada um de nós pode contribuir com passos pequenos e isolados mas que no final representarão um mar de soluções e um oceano de alívio para o planeta.
Pequim, recentemente, como sede dos jogos olímpicos, apresentou-se bela e mansa. Exibiu impecáveis plásticas natural e arquitetónica. A atmosfera baça de sua vida cotidiana foi redesenhada e encoberta temporariamente. O mundo não poderá presenciar a desastrosa atmosfera pequinesa. Os louros olímpicos encobriram os lodos do desenvolvimento desenfreado. Pequim já começa a retornar ao seu mar cáustico de CO2 e de falta de liberdade. É importante que nós não transformemos o planeta numa temporária Pequim, e o que realmente nossos corpos estejam sentindo não seja camuflado e assim, como os belos ursos polares, não morramos na brancura do esquecimento. O planeta necessita de um abraço oxigenado de todos nós. A vida está doente e corre grande risco de morte, assim como os belíssimos ursos polares.
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