E então vieste,
poeta obsceno,
passear em meu corpo.
Não temes a dor, decerto,
amassados grãos em minhas mãos,
folheado aos soluços,
recitado aos gemidos,
declamado em gozos infindos.
Saudades, poeta!
Adoro quando fazes isso,
mexe,
mexe mais,
penetra em minh alma poeta,
atrita todas as letras
e jorra em minhas rimas,
que estou atrevida,
felina e lânguida,
à espera do próximo ato.
Lílian Maial
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