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Artigos-->Idosos e Aposetnados -- 08/04/2003 - 22:18 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
IDOSOS E APOSENTADOS



Francisco Miguel de Moura *





Na verdade, a palavra idoso é um eufemismo para evitar o termo que se tornou pejorativo: “velho”. Porque outrora, chamava-se uma pessoa nova de velho e sequer o incomodava, ela recebia o tratamento até como elogio. Ser velho era ter experiência, sabedoria, força moral, profundidade e equilíbrio.

Na verdade, todos os idosos deviam ser aposentados, tendo conseqüentemente sua renda, a fim de não dependerem financeiramente de ninguém. Ter sua independência, sua cidadania. Quer dizer, não importa se se trata de pessoa que chegou à idade provecta, digamos de 65 anos, e não tenha encontrado um emprego. Seria aposentado pelo INSS, que é o órgão responsável pela seguridade social pública.

Por oportuno, quero falar em quão importante foi a Igreja Católica, através da Campanha da Fraternidade, 2003, ter voltado sua atenção para a situação das pessoas idosas, em nosso país. Maria Paula Rodrigues, da equipe da “Revista ECOando”, em artigo no jornal “O Domingo”, nº 12, de 9 de março de 2003, nos informa: “Segundo o Censo de 2000, as pessoas idosas no Brasil são cerca de 8,6% da população, ou seja, 15 milhões de pessoas. Nos próximos 20 anos, é possível que chegue a ser 15% do total da população”.

Mais á frente, a referida articulista dá as razões por que a Campanha da Fraternidade escolheu chamar a atenção para o idoso (isto é, a situação dos mais velhos, em nossa sociedade):

“A despeito de serem o mais importante patrimônio vivo da sociedade, sua situação hoje é bastante delicada. Os idosos, em geral, são tratados como cidadãos de segunda categoria. E muitos, nem isso! Isso porque, numa sociedade que valoriza, acima de tudo, o lucro, a eficiência, a rapidez e a juventude, os idosos são vistos como “despesa” que não gera “receita”. São avaliados como inúteis pelo sistema neoliberal.”

Na verdade, o atraso de nossa sociedade vem do preconceito. Aqui se tem preconceito do negro, do pobre, do feio, do fraco, do velho. Na base de todos esses preconceitos está o preconceito de cor, camuflado sob todas as formas de linguagem e de opressão.

Em boa hora, a Igreja Católica enfrenta esse preconceito contra o velho (e o aposentado, pois a maioria dos aposentados é composta de velhos), ajudando assim a esse segmento social resgatar sua cidadania que está sendo vilipendiada, perdida aos poucos, eu diria aos muitos, pelos preconceitos agora mais acirrados através da globalização e do neoliberalismo – neoliberalismo que não tem nada nem de novo e globalização que é apenas uma “americanalhação”.

Na verdade, a sociedade só tem a perder desprezando os velhos. No caso dos aposentados, muitos deles depois da aposentadoria pegam outro emprego (menor e mais barato), para complementar aquilo que não seria necessário se o país levasse em conta a justiça e a sabedoria nas suas política social para a parcela social dos mais velhos.

Na verdade, muitos aposentados sustentam, com a pouca renda da aposentadoria e do subemprego de depois, filhos e netos, porque, na crise em que se debate o país e o mundo, o emprego se tornou difícil e os jovens, quando não se entregam ao vício (as drogas), ficam sem poder estudar e sonhar um futuro melhor.

Se os velhos e os aposentados são o sustentáculo da nossa família e da nossa sociedade, por que ter preconceito contra eles? Por que quando o vulgo passa por um cavalheiro de brancas cãs apelida-o logo de velho? Por que não o trata cordialmente de senhor ou de cavalheiro?

Na verdade, é muita ingratidão e crueldade dirigidas a quem acumulou sabedoria, experiência e força moral e está sempre disponível a repassá-las gratuitamente.









_______________________________

*Francisco Miguel de Moura é escritor, membro da APL e do Conselho de Cultura e presidente do Partido dos Aposentados, no Piauí,

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