Usina de Letras
Usina de Letras
149 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62211 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->DE TODAS AS HORAS -- 21/09/2008 - 15:10 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DE TODAS AS HORAS


Francisco Miguel de Moura*




Uma historinha ilustraria bem o ditado de que "a palavra é prata, mas o silêncio é ouro": É aquela d"O homem, o menino e burro", bastante conhecida, cujo personagem não conseguiu agradar o povo. Quis ouvir todas as sugestões das pessoas com quem encontrava. Montar os dois no burro? Montar apenas o menino? Ou apenas o homem? Ou ninguém (ir puxando o animal)? Chegou nosso personagem ao absurdo de levar o animal às costas e mesmo assim não contentou ninguém.
Essa fábula não casaria bem com os nossos tempos porque hoje as criaturas vivem insuladas em seus apartamentos, olhando seus próprios umbigos, portanto, ensimesmadas e mudas. É silêncio imposto, doentio. Têm medo de procurar as pessoas não conhecidas para um diálogo. Egoístas e muitas vezes mal-educadas, é comum quando alguém tem um encontro na rua, com outra pessoa que lhe dê um pouco de atenção, com ela entabular uma conversa interminável sobre o mesmo assunto, geralmente de si mesmo, sem querer saber do interlocutor. Suas doenças, seus negócios, suas aventuras, seu problemas tomam todo o tempo do encontro. O "interlocutor" quer falar, mas é, a cada passo, interrompido e termina desestimulado de dizer o que sente. Sentir, amar... A vida quer nos proibir. Em lugar, uma troca pelas atividades chamadas "práticas", mas frias e maquinais. Sorte é quando ao menos se encontra alguém com uma anedota ou que diz uma frase picante. Exemplo: "Dinheiro e sexo, quando se fala muito neles é porque estão faltando".
Chatos são os "diálogos" hiper-modernos, pois comumente transformam-se em monólogos. Será que as pessoas se entendem? Só pelo silêncio. Ou quando avançam pelos mexericos, zombarias, xingamentos e terminam por se desentenderem. Pouco a pouco é que nascem a intriga, a inveja, a rixa, a separação, o ódio, a luta, os crimes, os atentados de morte e as guerras. A criatura, então, volta para casa chateada, para a televisão, um mal menor, porém que vicia, obnubila e não dá direito à palavra. Existe a alternativa da leitura. O livro, o artigo de jornal e revista ou mesmo a internet podem aliviar-nos. Mas, no fundo é sempre a falta de comunicação que pega o homem e o deixa triste, desiludido, doente.
Escrever é minha forma de dizer sem ser interrompido. Converso com os leitores e digo-lhes o que normalmente eles desejam: analiso, critico, questiono, elogio. Trabalho com muitas vozes. E meus leitores têm a liberdade de escrever-me em aprovação ou não, propondo novas interpretações e acréscimos ou consertos. Liberdade de pensamento e expressão, pois. É preciso muito cuidado, pois grandes estragos a palavra pode causar às pessoas através de maus agouros, de fuxicos, do falso testemunho e até pela enumeração das doenças e mortes, dos dramas e das tragédias pessoais e familiares. Também o "corte" da palavra de alguém que conta sua história, seja referente a si próprio ou a outrem. Quem assim age não se recorda mais de que "a palavra é prata e o silêncio é ouro", base desta crónica, assim como o silêncio em vários casos também é mais eloquente do que a palavra.
Deus é silencioso, mas alma de Deus gosta de música, bons acordes, sonoridades, ritmos, palavras (especialmente as doces). A natureza é buliçosa, gosta de barulho: é o corpo de Deus. E a crónica da vida é feita de palavras e silêncios. É a mais complicada das Cronicas, o mais difícil romance e, na maioria dos casos, não tem poesia. Quem tem poesia é a natureza - a do homem também - de onde os poetas tentam arrancá-la.
A esta altura, o leitor já deve estar perguntando:
- E cadê a graça?
A vida é cheia de graça, a gente vem de um buraco e vai para outro. Nada mais se sabe. E a crónica da vida é um prefácio, sempre feito de graça.
- E daí?
Daí é que o prefácio não diz nada mesmo, só elogia, considera. Quem quiser saber do livro tem que ler o próprio livro, vivê-lo. Ah, ah, ah, ah!

__________________
*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina, PI. Email:franciscomigueldemoura@superig.com.br








DE TODAS AS HORAS


Francisco Miguel de Moura*




Uma historinha ilustraria bem o ditado de que "a palavra é prata, mas o silêncio é ouro": É aquela d"O homem, o menino e burro", bastante conhecida, cujo personagem não conseguiu agradar o povo. Quis ouvir todas as sugestões das pessoas com quem encontrava. Montar os dois no burro? Montar apenas o menino? Ou apenas o homem? Ou ninguém (ir puxando o animal)? Chegou nosso personagem ao absurdo de levar o animal às costas e mesmo assim não contentou ninguém.
Essa fábula não casaria bem com os nossos tempos porque hoje as criaturas vivem insuladas em seus apartamentos, olhando seus próprios umbigos, portanto, ensimesmadas e mudas. É silêncio imposto, doentio. Têm medo de procurar as pessoas não conhecidas para um diálogo. Egoístas e muitas vezes mal-educadas, é comum quando alguém tem um encontro na rua, com outra pessoa que lhe dê um pouco de atenção, com ela entabular uma conversa interminável sobre o mesmo assunto, geralmente de si mesmo, sem querer saber do interlocutor. Suas doenças, seus negócios, suas aventuras, seu problemas tomam todo o tempo do encontro. O "interlocutor" quer falar, mas é, a cada passo, interrompido e termina desestimulado de dizer o que sente. Sentir, amar... A vida quer nos proibir. Em lugar, uma troca pelas atividades chamadas "práticas", mas frias e maquinais. Sorte é quando ao menos se encontra alguém com uma anedota ou que diz uma frase picante. Exemplo: "Dinheiro e sexo, quando se fala muito neles é porque estão faltando".
Chatos são os "diálogos" hiper-modernos, pois comumente transformam-se em monólogos. Será que as pessoas se entendem? Só pelo silêncio. Ou quando avançam pelos mexericos, zombarias, xingamentos e terminam por se desentenderem. Pouco a pouco é que nascem a intriga, a inveja, a rixa, a separação, o ódio, a luta, os crimes, os atentados de morte e as guerras. A criatura, então, volta para casa chateada, para a televisão, um mal menor, porém que vicia, obnubila e não dá direito à palavra. Existe a alternativa da leitura. O livro, o artigo de jornal e revista ou mesmo a internet podem aliviar-nos. Mas, no fundo é sempre a falta de comunicação que pega o homem e o deixa triste, desiludido, doente.
Escrever é minha forma de dizer sem ser interrompido. Converso com os leitores e digo-lhes o que normalmente eles desejam: analiso, critico, questiono, elogio. Trabalho com muitas vozes. E meus leitores têm a liberdade de escrever-me em aprovação ou não, propondo novas interpretações e acréscimos ou consertos. Liberdade de pensamento e expressão, pois. É preciso muito cuidado, pois grandes estragos a palavra pode causar às pessoas através de maus agouros, de fuxicos, do falso testemunho e até pela enumeração das doenças e mortes, dos dramas e das tragédias pessoais e familiares. Também o "corte" da palavra de alguém que conta sua história, seja referente a si próprio ou a outrem. Quem assim age não se recorda mais de que "a palavra é prata e o silêncio é ouro", base desta crónica, assim como o silêncio em vários casos também é mais eloquente do que a palavra.
Deus é silencioso, mas alma de Deus gosta de música, bons acordes, sonoridades, ritmos, palavras (especialmente as doces). A natureza é buliçosa, gosta de barulho: é o corpo de Deus. E a crónica da vida é feita de palavras e silêncios. É a mais complicada das Cronicas, o mais difícil romance e, na maioria dos casos, não tem poesia. Quem tem poesia é a natureza - a do homem também - de onde os poetas tentam arrancá-la.
A esta altura, o leitor já deve estar perguntando:
- E cadê a graça?
A vida é cheia de graça, a gente vem de um buraco e vai para outro. Nada mais se sabe. E a crónica da vida é um prefácio, sempre feito de graça.
- E daí?
Daí é que o prefácio não diz nada mesmo, só elogia, considera. Quem quiser saber do livro tem que ler o próprio livro, vivê-lo. Ah, ah, ah, ah!

__________________
*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina, PI. Email:franciscomigueldemoura@superig.com.br








































Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui