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Artigos-->BUSH, Os Fatos e a História -- 08/04/2003 - 20:41 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Bush, Os Fatos e a História

(Domingos Oliveira Medeiros)



Dizem que a história não se repete. Com efeito, não seria possível sua repetição pura e simples. A história é um processo contínuo, que possui dinâmica própria, atrelada ao tempo; e o tempo não pára. Mas a história, é bem verdade, acontece em vários contextos; e é sempre construída com o envolvimento de seu ator principal: o homem.



Por isso, acredito que a história, de uma certa forma, possa se repetir, posto que o homem guarda correlações e semelhanças com seus antepassados. E mesmo a despeito de os acontecimentos ocorrerem em contextos diferenciados, os fatos e suas motivações podem ser idênticos aos registros históricos do passado.



Entendo, portanto, que a história, em tese, pode vir a se repetir, na medida em que, à exceção do tempo, o contexto, os objetivos, as intenções e os atores envolvidos sejam parecidos.



E poderíamos citar vários exemplos.



A guerra entre Israel e a Palestina sugere a repetição histórica. Ou de histórias parecidas. Ou de misturas de histórias.



Hoje, o personagem histórico do Rei de Israel, seria o general Ariel Sharon, que estaria representando (repetindo) o Rei David. O mesmo que, recebeu a ordem divina: “Levanta-te e vai à Ceila: porque eu entregarei os filisteus nas tuas mãos. Abalou pois Davi com sua gente para Ceila, e pelejou contra os filisteus, e fez neles grande mortandade, e levou-lhes os seus gados.”



O contexto da guerra no Oriente Médio é o mesmo: as terras santas, onde Jesus nasceu e por onde caminhou pregando a paz e o amor. E a luta de hoje, pelo menos em tese, é a mesma: a luta pela paz. E o paradoxo da morte também é o mesmo.



Ariel Sharon é o grande e poderoso. Tal como o gigante de Golias , da história de do rei David. E ele, Sharon, já mostrou que a luta é ingrata, pois seu poderio é aparentemente muito maior.



Mas os “Golias” estão se defendendo como podem, ou seja, atirando pedras: as mesmas pedras apanhadas do mesmo chão e que foram usadas por Golias.



Reunidos na Espanha, em outro contexto histórico, portanto, representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Européia (UE), mais o presidente da Rússia, resolveram que não iam resolver nada em relação ao processo de intervenção e intermediação entre israelenses e palestinos, com vistas à garantia da paz.



O mesmo está acontecendo em relação aos Estados Unidos de Bush, cuja história começa pela Nova Inglaterra: região situada no nordeste americano e berço dos movimentos pela independência dos Estados Unidos.



A designação de Nova Inglaterra deve-se do capitão John Smith, que explorou seu litoral em 1614. Para lá acorreram os imigrantes, fugidos de perseguição religiosa e política na Europa.



Estávamos no século XVII, e a região começava da Nova Inglaterra começava a dar sinais de prosperidade. Primeiro com a agricultura. Depois com a fundação das duas universidades mais antigas dos EUA: Harward (1636) r Yale (1701). Logo em seguida, os novos imigrantes católicos da Irlanda e do leste europeu mudaram as características culturais e religiosas daquela região, surgindo, daí, a figura do “yankee”, o mais típico dos americanos.



Bush (pai) guarda semelhanças com o imperador Carlos V, da Espanha. O principal feito de Carlos V foi a ação contra o islamismo. A partir de 1525 promoveu, na cidade de Valença, a conversão forçada dos mouros, que estendeu até o norte da África: invadiu e ocupou Tlemcen, em 1530, Tunis em 1535 e, em 1541, bombardeou Argel.



A luta pela hegemonia na Europa ocidental caracterizou o reinado de Carlos V.Durante o reinado de Carlos V, foram realizadas grandes expedições com o objetivo de explorar as terras do chamado Novo Mundo. A mais famosa foi a primeira volta ao mundo, iniciada por Fernão de Magalhães e concluída por Sebastián Elcano (1519 - 1522).



A conquista dos territórios americanos foi marcada pela extrema violência, denunciada pelo monge dominicano Bartolomé de Las Casas, cujas críticas culminaram com a publicação das Leis Novas: uma espécie de Carta dos Direitos Humanos da ONU. Carlos V abdicou em favor de seu filho Filipe II, que poderia ser o George W. Bush de hoje.



Soberano austero e frio, Filipe II era tido como um tirano capaz de tudo para realizar seus próprios projetos. Seus fracassos, no entanto, em política internacional, foram determinantes para a decadência do império espanhol.



Filipe II manteve as linhas básicas da política externa levada e a efeito pelo seu pai. Políticas que o levaram a desgastar , em lutas que não eram de tanto interesse para a Espanha, os recursos financeiros e militares daquele país.



“Seu desejo de informação ocultava a falta de habilidade para distinguir o importante do trivial e a incapacidade de decidir com rapidez sobre questões importantes. Homem de caráter fraco, sempre sentiu receio de grandes personalidades e preferiu cercar-se de colaboradores dóceis”.



Na guerra de nossos dias, a história caminha pelos mesmos atalhos. Mudam-se, apenas, os atores. A Espanha continua do lado do americano. A França, a Rússia, a Alemanha, a China e a própria ONU, e a maioria das nações que a integram, desistiram de impedir o avanço de Bush.



Lavaram as mãos, tal como Pôncio Pilatos. E deixaram tudo sob a responsabilidade do secretário de Estado norte-americano, Colin Powel, que, tudo indica, bem poderia ser parente próximo de Pôncio Pilatos, provável amigo do peito de George Bush.



Pelo jeito, a história vai se repetir no essencial: Barrabás será solto ou fugirá, tal como Bin Laden, e ninguém mais o encontrará. E Cristo, representado pelos mais fracos e pelos oprimidos, justamente os inocentes que mais sofrem com a guerra, será morto e crucificado. E a história, mais uma vez, se repetirá. Resta saber onde será o próximo contexto.



DOM- 11 de abril de 2002

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