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Cordel-->CHEIRO DE POVO É TEMPO DE ELEIÇÕES -- 12/05/2002 - 10:45 (NILTON MANOEL) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

CHEIRO DE POVO...É TEMPO DE ELEIÇÕES.
Nilton Manoel

No horizonte, de repente,
soam os clarins de campanha!
Fala-se de novo em voto
e surge toda a artimanha
que o eleitorado conhece.
Fala-se em esperança e prece,
e todos jogam com manha.


De gravata e paletó
um ilustre cidadão,
bota manga de camisa
que falta até um botão,
entra em fila, amassa barro
tira em si próprio até sarro
na temporã pregação.

Vai contente, esperançoso
com o santinho na mão
pedindo voto para todos
nosso humilde cidadão.
Abre creches e cadeias
tem a pobreza nas veias...
de todos é amigo e irmão.

Pregando mensagem nova
para o seu povo sofrido,
planta trigo, oferece flores
é político decidido.
Não quer ninguém descontente,
a esperança é a alma da gente...
ninguém se faça de vencido!


Vai a boteco e a terreiro,
toma pinga, curte o fumo,
viaja de lotação...
Faz-se atleta de consumo.
Afinal a vida é luta
sem garra não há disputa
e é o povo que segura o plumo.

Rolam chaveiros e flâmulas,
camisetas e calendários,
congas e pares de meia
para o sofrido operário,
lindas fotos coloridas,
nos palanques e avenidas
vão de quebra com o rosário.

Diante da televisão
o candidato proclama.
-Meu concorrente, tem flama,
é educado ,bom sujeito,
é santo, não tem defeito,
e nele não jogo lama.

Pobre tem longa jornada,
no trabalho e no transporte,
não lê jornal nem revista,
quase não abraça a consorte
quando tem televisão,
porque faz a refeição
ante a novela do esporte.

Casa própria atual botina
que a palma trabalhadeira
desperta com toda a veemêmencia.
Sofrendo na quebradeira
quase sempre em duro pão
masca banguela a ilusão
numa jornada matreira.

O laborioso operário
trabalhando com precisão
vê a familia caseira
que vive em separação
O lar fez-se dormitório,
e o aconchego ilusório,
vida de pobre é do patrão.


Tudo é renda familiar
amantes eternos? Os dois?
As crianças? Creche nelas!
Ninguém pega junto o arroz
e a panela do feijão,
faz barganha com o pão.
Vida comum? Depois ,depois.

Nos bairros não ha teatros
cursos superiores de graça?
O municipio sem grana,
tudo pela vida passa,
enquanto o povo mudo
distrai-se com um xis-tudo
tomando micha cachaça.

(1981)
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