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Humor-->TERRA BOA PARA PLANTAR -- 24/11/2005 - 15:39 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

TERRA À VISTA
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Já foi terra de Santa Cruz,
Vera Cruz também assina
desde o seu descobrimento
o Brasil segue a rotina:
predadores cá chegaram
muitas coisas nos roubaram
essa é nossa triste sina.

Terra à vista foi o grito
da primeira caravela
de nome Santa Maria
a embarcação mais bela;
começava o dilema
hoje um grande problema,
pois ninguém liga pra ela.

A tal reforma Agrária
dava o primeiro recado:
a terra é muito boa
tudo que fosse plantado,
bons frutos logo daria
assim o povo dizia
do país abençoado.

E veio a primeira missa
o país foi batizado
amai-vos uns aos outros
joguem fora o mal olhado;
a terra tem muita riqueza
fartura pra toda mesa
basta um pouco de cuidado.

Cuidar bem da natureza
dos seus rios e cascatas,
não destruir a beleza
da fauna e de suas matas,
terra rica em minério
basta levar tudo a sério
não se fazer de primatas.

Pulando feito macaco
pra agradar o estrangeiro
que já disse a que veio:
só pensa em ganhar dinheiro,
mas o tempo confirmou
o que ontem se pensou,
escute meu companheiro.

Caravelas aportaram
homem branco se aproxima
nasce a negociação
começa a longa rotina,
o índio foi conquistado
por um espelho quebrado
não vale o que s’imagina.

Aos poucos, ele cedeu
selvagem domesticado;
o branco bem que tentou
fazer dele o empregado,
mas era fraco e doente
pras coisas da nossa gente
por isso foi dispensado.

E o branco negociando
chega a triste conclusão
que a boa mão de obra
viria da escravidão;
do continente africano
do jeito do americano
o negro virou solução.

Assim o Brasil Colônia
foi de pronto inaugurado,
ciclo do ouro e café,
cana-de-açúcar e melado;
negro prestando serviço
sem querer dizer com isso
que estava empregado.

A terra foi dividida
com amigos mais chegados,
os parentes, inclusive,
foram todos nomeados;
nascia o nepotismo
junto dele o cinismo:
parentes bem preparados.

A terra foi invadida
teve o solo esburacado
o garimpo sem apreço
o rio contaminado;
o ouro e o diamante
foram logo pra’diante
nunca dantes navegado.

Duas barras de ouro
pro reino de Portugal;
uma fica no Brasil
a roubalheira é geral;
foi lá em Diamantina
que começou a rotina
desse triste Carnaval.

Que no Brasil fez morada
começando em janeiro,
logo após a eleição;
assume o companheiro,
acende-se a esperança,
há promessas de mudança
no discurso eleitoreiro.

O Brasil é sempre escravo,
escravo da escravidão;
alguns meses se passaram
sem apresentar solução;
voltou de novo a rotina
agora, centrada na China,
de olho na população.

A China que já cresceu
muito além do prometido
hoje vive seu dilema
ter seu progresso contido;
controlar a situação
excesso de crescimento,
pra lá já virou tormento,
terá que ser inibido.

Por isso, em boa hora,
foi pra lá o presidente
ensinar para o chinês
o que ele faz com a gente:
crescimento sustentado
tem que ser sempre adiado
não se deve ir pra frente.

Um pouco de desemprego
deve ser considerado,
salário bem pequenino
não deve ser reajustado;
os juros bem lá no alto
até parecer um assalto
o cinto fica apertado.

Siga a rotina do Fundo,
pegue dinheiro emprestado
reduza o investimento
aposte mais no mercado;
viva de especulação,
não ouça a população,
pois o povo é despeitado.

Não sabe o bem que o governo
por ele anda fazendo:
busca a credibilidade,
o povo tá merecendo;
o sistema financeiro
do bom e pobre banqueiro
que está enriquecendo.

Pra depois nos ajudar
emprestando mais dinheiro
até o futuro chegar
como disse o companheiro:
temos que ter paciência
a reforma da Previdência
foi o seu tiro primeiro.

A médio e longo prazos
tudo terá terminado
e o país do futuro
voltará ao seu passado;
terra à vista, novamente,
virá outro presidente
do mesmo povo enganado.

Escândalos e falcatruas
sabemos de cor a lição:
CPIs não dão em nada,
não passa de desilusão;
e vampiro isolado,
pelo hemoderivado,
a mais moderna versão.

Assim, cobras e lagartos,
vampiro, serpente e leão,
e tem até gafanhoto
só falta agora o dragão;
um negócio bom pra China
pra começar a rotina
daquela grande nação.

Basta fazer a troca
pra resolver a questão:
o Lula fica na China
o chinês nesta nação;
e o desenvolvimento
espetáculo do crescimento
acontecerá de montão.

A China, por sua vez,
ficará paralisada
com os pés e mãos amarrados
sem dinheiro, endividada;
sem fazer investimentos
produzindo sofrimentos
a questão fica encerrada.

(Do livro do autor “Com Humor e com Afeto – A charge Literária na era Lula” – Em prosa e em cordel).
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