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Cronicas-->O cérebro do STF -- 14/09/2008 - 16:32 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O cérebro do STF

Será necessário um cérebro além do bem e do mal para ajudar o STF a decidir sobre a legalidade ou não da prática do aborto em casos de mulheres grávidas e com bebês anencéfalos. Em um país onde não se dá o valor que merece à intelectualidade, nem saberia dizer sobre o peso de tão importante e incomum decisão. Até a própria natureza se encarrega de destruir os seus monstros, desabilitando-os para a vida. Silenciosamente, ela não lhes permite que sobrevivam. São eliminados dentro de si próprios como os piores da espécie, escórias existencialistas. Veremos no que vai dar essa parafernália toda dessa vez. Melhor ainda seria que os membros do Supremo Tribunal Federal pudessem ter a paz e a tranquilidade para buscarem o entendimento e julgarem, longe dos holofotes histéricos de parte importante da mídia. Atear fogo à já imensa fogueira do desentendimento sobre essa questão é pior ainda.
É que o STF está debruçado sobre um tema impiedoso para o entendimento humano, quando esse entendimento passar pelo crivo da religiosidade. Discute-se o indiscutível, o dogma. É como se a natureza tivesse que encapsular os frutos da mutação sem mostrá-los ao olhar ilógico do próprio ser humano. O olhar racional do tribunal decidirá. Se a religião for levada em conta para se decidir, o fruto dessa decisão será pela proibição da interrupção de vida de tais criaturas sem cérebros. Do outro lado, na ponta mais cruel, estará o olhar ponderado da racionalidade sem se levar em conta a proibição religiosa do ato em si.
O racional dirá sim, enquanto o religioso dirá não. Entre esses dois olhares, está o discurso libertário de tão magnànima decisão. As discussões paralelas são plausíveis. Só não se pode fazer é um carnaval pressionário aos membros daquela casa, como se a natureza filosófica do problema tivesse sido criada por eles. A dor da dúvida será inda maior do que mesmo o texto tecido após a decisão. Uma vez feito, será e estará feito!
Se enveredarmos pelas aléias científicas, encontraremos por certo as flores e os espinhos do caminho. Há que andar-se e muito, mais adiante a ciência exigirá que a interrupção dessa vida incompleta seja feita. Um ser sem cérebro não pensa, não entende, não vive em plenitude. Baterá apenas o coração do instinto e uma alma desconstruída. Haverá apenas um simbolismo de vida, uma luz desacesa, um caminho por onde não se pode andar porque não leva ninguém a lugar nenhum.
Se o próprio Cristo veio para trazer vida a todos e vida em abundància, como nós cristãos devemos reolhar nossos irmãos que não podem pensar nem entender? O cérebro é quem norteia a racionalidade da vida. O anencéfalo está naturalmente proibido de viver. Um ser sem cérebro, acredito, não pode encontrar a sua própria alma; procura a existência até dias ou meses depois de parido, quando se acha na própria morte do seu caminho nada paradisíaco.
Quando eu era criança e acompanhava minha mãe às missas dominicais, costumava perguntar-lhe acerca de quem respondia ao Papa quando ele tinha suas dúvidas. Minha mãe respondia-me sabiamente: a distància do Papa para Deus é tão pequenina, meu filho, que, quando ele fala, Deus ouve depressa e o esclarece sobre o que deve ou não ser feito. Hoje, após muito meditar sobre essa questão de tão difícil monta, lembrei-me dela e me respondi: vai ver que os membros do STF estão tão próximos de Deus que saberão escolher, sob a toga, o caminho menos incorreto de decidir sobre a interrupção das gravidezes de bebês anencéfalos. Mas, se o caminho não for esse e, diferente da proximidade do Papa com Deus, eles estiverem noutra, pecarão e será dado o que é de Deus a Cézar e o que é de Deus jamais poderá ser do homem, a não ser que a vontade divina seja essa. E você, como pensa? Como age? Como decide?

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