As pessoas grandes adoram os números.
Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial.
Não perguntam sobre o som de sua voz; os brinquedos que prefere;
ou se ele coleciona borboletas...
Mas perguntam sobre a idade: quantos irmãos tem: quanto pesa ou quanto ganha seu pai...
E dessa maneira é que eles julgam conhecê-lo.
Se dissermos às pessoas grandes que vimos uma casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela e pombos no telhado... Não conseguem, de jeito nenhum, fazer uma idéia da casa.
É necessário dizer-lhes que a casa foi avaliada em mais de meio milhão...
Então elas exclamam:
"Que beleza!"
Mas nós não ligamos aos números!
Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada.
Teria gostado de dizer:
"Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele
e que tinha necessidade de um amigo..."