Mamam há tanto tempo, comem bolachas durante o expediente, fazem troça do contribuinte, levam Bics e papel sulfite, pros filhos rabiscarem em casa, largam diplomas para ficar sob as asas da mãe-galinha da república, vivem tirando licença - maternidade, matrimonial, pastoral, do escumbau - mas não esquecem de protocolar o hollerith mensal.
Alguns são professores, outros, meros assessores. Há ainda os diretores, ou substitutos. São todos prostitutos, cafetinas, a quem jamais lhes imputaram obscenidades - vivem com salários de propinas.
Passam anos esperando a velhice e os fundos de pensão - quem pensam que são?
Pobre raça de coitados que, logo ali, no futuro do presente, vão recolher o lixo que, impune, lhes serviram durante anos, a esconder a dignidade ausente.
Funcionários públicos, uni-vos, porque a cobra vai fumar!
Vagabundos de nascença, covardes da profissão. Escolheram a vida fácil, em troca de imundo quinhão.
Contem seus dias, amealhem o que puderem, porque a hora é de Salomão.
Acabou-se o bem bão!
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