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Artigos-->O Mundo em Construção. O Eterno Canteiro de Obras -- 06/04/2003 - 19:05 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Mundo. Um Eterno Canteiro de Obras

(por Domingos Oliveira Medeiros)



O mundo está em obras. Há obras e serviços de engenharia por todos os cantos e recantos do planeta. E obras e serviços de engenharia política também. Em alguns lugares, como no Afeganistão, e agora no Iraque, por exemplo, prédios e cavernas foram (ou estão sendeo) bombardeados pelos americanos.



Na Faixa de Gaza não é diferente. Palestinos, travestidos de dinamite, implodem pessoas e lugares. Enquanto Israel bombardeia igrejas e escolas. Tijolos e paredes, depois dos seres humanos, são destruídos e jogados pelo chão em pedaços. Numa alusão, distorcida e equivocada, acerca do que diz a Bíblia Sagrada” “Tu és pó e em pó te transformarás”.



A destruição antecede a perspectiva, não muito convincente, de que a paz retorne ao canteiro de obras da humanidade. E com ela, certamente, virá a reconstrução. Reconstrução material, talvez, posto que o estrago psicológico e espiritual é quase impossível de que se restabeleça a contento. Haverá traumas e seqüelas irreparáveis.



Na França, por ocasião das últimas eleições, o povo ficou entre construir uma ponte sobre o rio Sena, mantendo o curso normal da esquerda para a direita, ( trocando seis por meia dúzia, ficando, mais um tempo, com o Jacques Chirac) ou invertendo o curso das águas na direção de sua cabeceira, correndo o risco de o rio transbordar pelas águas violentas da ultradireita, com conseqüências imprevisíveis para a França, toda a Europa, e restante do mundo, se o candidato da Frente Nacional, Le Pen, tivesse saído vitorioso do segundo turno das eleições francesas. Mas, dos males o menor: Deu Chirac de novo.



Na Argentina, o povo cansou de bater panela pelas ruas, em protesto pela falta de dinheiro, de comida e de perspectivas. Enquanto o Fundo Monetário Nacional nada prometia, sob a condição de fazer o “dever de casa”, mais uma “ajuda” financeira. Para tanto, teriam que se comprometer com mais receitas amargas do tipo ajustar, ainda mais, a economia; reduzir, ainda mais, o desemprego; parar de crescer. Tudo isso, naturalmente, sem se descuidar do pagamento dos juros da dívida. O FMI virou o Mister M, aquele americano que faz mágicas e ensina

para as pessoas como é fácil enganar os outros



No Brasil, os candidatos que concorreram à presidência da República, ainda estão em fase de recuperação da cirurgia plástica a que se submeteram. Estão irreconhecíveis. Com o rosto inchado. Ninguém consegue identificar, com segurança, quem é quem. Nem aquele ditado “dize-me com quem andas que eu te direi quem és”, está dando certo.



Pois foi grande a confusão de namoros e de uniões inusitadas. Ninguém a rigor, sabe quem são os pais biológicos das crianças que virão por aí.



Gente que não tinham nada em comum; nada a ver uma com as outras, mas que prometeram guardar fidelidade e, alguns deles, continuam morando juntos, sob o mesmo teto, dividindo os mesmos problemas, sob o mesmo teto, e dormindo no mesmo colchão.

E os jornais continuam anunciando quase que as mesmas coisas. Dá para sentir saudades.



Por exemplo: Lula defende a elevação do Imposto de Renda. O governo anuncia o aumento da taxa de juros. O Salário Mínimo é pequeno, reconhece o presidente, mas foi o que se pode fazer, neste momento.

Governo amplia a meta de inflação. Reforma Agrária está em andamento. As reformas são prioridades. Vamos combater ???à violência. Crise na Argentina contamina Uruguai. Cresce o número de feridos à bala no Rio de Janeiro. Aumenta os casos de seqüestros em São Paulo. BNDES prevê risco no apoio financeiro à Rede globo de Televisão. Papa anda preocupado com a pederastia entre os religiosos. O celibato volta às mesas de discussões. Remédios tÊm novo aumento. Novos reajustes para a gasolina e para o botijão de gás de cozinha. Governo promete acabar com o analfabetismo. Parlamentares aumentam, novamente, seus próprios rendimentos.



Outros exemplos: ACM estaria envolvido com a questão dos grampos na Bahia e pode ser condenado a deixar o cargo de senador. É preciso atrair o PMDB. Fim de privilégio divide Deputados. Começa em junho a restituição do Imposto de Renda. Petista promete governo de diálogo e defende a entrada de capital externo para investimentos. Domingo é dia do Domingão do Faustão. A turma do Big Brother estará toda por lá. Continuam as guerras entre as nações africanas. Crianças continuam morrendo de fome. Os Estados Unidos ameaçam a paz mundial e invadem o Iraque. Dólar sobe mais uma vez. Risco-Brasil melhora um pouco. Rio é poluído com dejetos industriais. Os donos da empresa estão foragidos. E os estrangeiros continuam invadindo a Amazônia. Talvez a negócios ou a turismo, ninguém sabe ao certo.



Só há um jeito. O mundo precisa fazer um balanço geral. Enquanto isso, devemos colocar em sua volta um imenso tapume com os dizeres: ESTAMOS EM OBRAS. HOMENS TRABALHANDO. FUTURA SEDE DO INFERNO.





Domingos Oliveira Medeiros



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