Usina de Letras
Usina de Letras
145 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62225 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50620)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140803)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->As aventuras da alma humana -- 23/08/2008 - 07:46 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As aventuras da alma humana

Dizem que o boi não berra por sua cria, mas eu berro, embora minha lágrima nem sempre represente o sabor da minha dor; também choro de alegria. Agora, a cor de minha angústia, essa sim, quase sempre está afogada nelas. A gente acaba permitindo que alguns fantasmas se criem dentro de nós e nos engulam. Há tempo que eu reconheço que a dor dá-me muitos versos, e a alegria, do outro lado, silencia minhas mãos. Estou mais para acreditar que o poeta seja um triste, do que mesmo o "fingidor" como disse Fernando Pessoa.
Conhecer a alma do homem é uma das melhores aventuras que conheci. Os caminhos da alma são reflexivos. Adentrá-la é saborear da vitória do próprio renascimento. É como se houvéssemos decorado um poema de amor e declamado em noite de gala e para algum outro poeta ouvir. Conhecer a alma humana é viajar pela eternidade e conhecer-se santo, purificado pelo amor da vida, como se a própria vida fosse o mais doce poema de amor provado por nossa singular alma.
Mas se caçamos os caminhos por onde andam as almas, vemos coisas desacreditadas e tristes também, aquelas que servem para nos ensinar a sermos grandes, maiores, imensos. A vida é um redemoinho áulico que deve ser provado por cada uma das bocas dos nossos sentimentos. Desviver é mentir para a alma desexistir.
Costumo acreditar que saudade traz mais saudade ao coração e que para melhor enxergarmos a alma humana é carecido estar com os olhos fechados, bem fechados mesmo. Eles passam a ouvir a santidade da existência e não apenas a enxergar as ondas ligeiras da reflexão. O silêncio constrói a estrada que nos leva ao outro lado de nós mesmos. Gosto muito de ir por essas veredas, atrás de certos horizontes inda desconhecidos, feito mistérios adocicados que se escondem de nós por serem tão especiais e por isso incomuns ao nosso paladar vivificado no cotidiano.
Meu corpo gosta de obedecer aos ditames de minha alma. Falam-se carinhosamente procurando um entendimento saudável. Seus entreolhares nem sempre são mansos; chegam entre trovões e relàmpagos, mas ao final do encontro estão sob finíssima chuva de fim de inverno. Meu coração sabe dar o clima perfeito para que essas conversas surjam e aconteçam sem nenhum alarde. Sempre há o que um diga ao outro como uma forma mútua de reverência e intersecção.
E nas multidões barulhentas das ruas, a minha alma faz-se solidão e silencia, com se se abstivesse das perdas inúteis dos discursos inentendíveis, dos justos inglórios. Gosto de calar-me quando não ouço meu lado desigual. Vou às ruas como se exercitasse o descaminhar e aproveitasse para reaprender a sentir a minha própria imperfeição enquanto criação andante e em buscas: corpo e alma.
Quando faço um poema, crio alma nova e reinvento o sabor de viver bem comigo mesmo. Sem mastigar qualquer verso, teço as estrofes distintas e me releio nele próprio como se sua poesia fosse a minha própria alma cantando alegremente a vida. E se o verso falar descontroladamente de amor, eu viajo desassombrado nos caminhos suntuosos da simplicidade a nortear-me e a olhar de mim para mim no mais profundo da alma. E aí é quando me acho um outro poema.
Quando o meu corpo morrer, restará vivo o corpo de minha alma e é justamente esse que permanecerá poeta e a fazer versos para a vida dos outros que ficarem e tiverem alma. A poesia é o coração da santidade habitada pela alma e assim permitida pela poesia. Quem quiser ser santo, pois, teça poemas e os declame com amor. Fora disso não sei o que mora e qual estrada leva nada de ninguém!
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui