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Cronicas-->Um sonho distante... -- 16/08/2008 - 08:36 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um sonho distante...

Quando eu era jovem costumava acreditar que um mundo melhor estaria bem próximo de chegar. Cria que ele estaria na esquina mais próxima de minha realidade. Só que eu já virei essa esquina, atravessei alamedas, cruzei distàncias várias e ainda não o achei. Continuo a sonhar na mesma simplória viela do passado, caçando um rumo novo e uma esperança mais viva.
Está difícil! Bota difícil nisso! Embora sendo possível a todos, esse mundo melhor tem ganhado distàncias miseráveis da realidade onde estamos atolados até o pescoço. A ignorància, o egoísmo, a insensatez, o desequilíbrio emocional, tudo isso e muito mais têm impedido que habitemos um mundo melhor. Já entardeceu ao meu olhar de esperança e devo apanhar o último transporte para tentar atingir esse rumo almejado. Continuo a sonhar incansavelmente!
Nem ir embora para Passárgada e lá ser amigo do rei é ainda uma fuga lógica, embora que poeticamente plausível. É ficar e ficar para melhorar. Se povoamos sonhos bons é porque desejamos uma realidade inda melhor. Contra a violência, o amor; contra a insegurança, a paz; contra o subdesenvolvimento, a coragem de mudar pelo trabalho e trabalho e trabalho dignos.
Cresci e me acostumei a ouvir que o Brasil era um país do futuro, rico por natureza, abençoado por Deus. Entristece-me saber que comecei a cruzar o outro lado da estrada de minha vida e, apesar de ainda continuar sendo conduzido por esses mesmos sonhos, algo diferente parece querer acordar-me para uma outra realidade. Um país que ainda depende do fertilizante importado para produzir seus alimentos é preocupante. Um país que não produz a tecnologia de ponta que lhe permita fabricar os medicamentos especiais para tratar doenças como o càncer, um mal que sempre é a barreira dos que o chamam "problema de saúde publica", é mais preocupante ainda.
Olho para as ruas, até das pequenas cidades e não me convenço de que estamos no caminho certo do progresso, ao avistar-me com os miseráveis que perambulam sob os lindos luares equatoriais ou inquilinam as desérticas madrugadas da inospitabilidade, onde a fome deseja morar por toda a eternidade. Onde não há amor não poderá haver, jamais, vida em abundància.
É urgente tecermos um país melhor, mais digno, confiante. Enquanto estivermos correndo contra o tempo, sem pausarmos para refletir sobre o que já andamos e o que fizemos, seremos criaturas desacordadas, longe de sermos seres humanos equilibrados.
O país está envelhecendo, as famílias diminuindo em número e valor, a fome permanecendo desafiante entre nós e o horizonte a encobrir o arco-íris dos sonhos de ontem. Há um futuro inda baço à frente dos nossos olhares. É carecido repensarmos a vida no seu mais profundo sentido libertador, criador de homens. Há desvios indesejados construídos por nosso desalentador caminhar. O homem está perdendo a ternura, a poesia, o carinho, a meiguice. Estamos construindo um calvário para descansarmos antes de a morte chegar. Há perdidos abraços e alimentados choros de tristeza a rondar nossas vidas.
Esta crónica, eu a escrevi após sair de um desses velhos sonhos de esperança que costumo ter acordado. O clima do planeta mudado, a violência amedrontando e limitando nossas idas e vindas, etc, tudo isso está destruindo nosso porto seguro e desfazendo as velhas estradas por onde caminhavam nossos sonhos. Desejaria ver tudo isso mudado e o homem amando sem preconceitos. Adoraria poder envelhecer em um mundo mais justo onde pudéssemos partilhar alegrias com os outros homens mais tolerantes e admiráveis. Como estamos vivendo, sabemos. Até onde iremos com o que estamos vivendo, apenas Deus sabe.
Não nos adianta muito ter tecnologia para explorar o petróleo das camadas pré-sal se não aprendemos sequer a conviver com tolerància e amor ao lado dos outros homens. Devemos garimpar sabedoria e retirar dela o que perdemos dentro de nós mesmos, assim que deixarmos nossos velhos sonhos morrerem esquecidos. É hora de reajuntar os pedaços do cristal quebrado e reelaborarmos outro vaso novo, diferente, justificável de enfeitar nossas almas renascidas.
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