Um prisioneiro de uma penitenciária de segurança máxima treinava uma grande mosca para fazer truques. Por anos, por milhares de horas, ele trabalhou com o inseto.
O bichinho aprendeu a andar sobre um fio suspenso em miniatura, pilotar uma minúscula bicicleta de uma roda só, balançar sobre um par de pernas-de-pau e cantar músicas do Fantasma da Ópera.
– Quando você e eu sairmos daqui – dizia ele à mosca – faremos tours pelos shows da noite e ganharemos uma fortuna.
Finalmente o dia chegou. A mosca em segurança, guardada em seu bolso (dentro de sua casinha de caixa de fósforos), dirigiu-se alegremente o ex-detento a um bar para celebrar.
Já no bar, ele apresenta sua mosca de truques. A um sinal, ela começa a dar piruetas no ar.
– Olha só esta mosca, cara! – diz ele ao bartender.
Num movimento repentino, o bartender alcança sua cópia do jornal local,
a enrola e esmaga a mosca com um golpe violento.
– Ainda bem que você viu – resmunga o bartender. – Essas pragas estão em todo lugar.