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cronicas-->Holocauto Negro -- 27/07/2008 - 07:52 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Holocausto Negro
Que eu saiba o governo português não pediu ainda públicas desculpas à África por causa da escravidão negra no Brasil Colónia. Tantas famílias africanas foram destruídas e tiveram seus membros separados e vendidos brutalmente, nos idos desrisonhos do ciclo da cana-de-açúcar na história da construção do nosso país. Ao meu ver, equipara-se ao holocausto judeu e merece reparos na atualidade no que tange a um reolhar do Estado Português. Quem sabe um pedido de desculpas? Mas a pior escravidão que ainda hoje podemos presenciar com os afro-descendentes brasileiros é a segregação racial, o preconceito de uma forma geral e ampla. Muita coisa já mudou, mas carece muito mais ainda de ser mudada.
Não vejo no sistema de cotas para estudantes negros uma forma de reparar-se esse mal segregacional no que tange aos negros. Ao meu ver, ele é preconceituoso na medida em que favorece por lei e não pela inteligência. Brancos, negros e amarelos devem disputar as ações do intelecto de igual para igual.
Acredito que os jovens afro-descendentes hoje em dia dispõem com um pouco de esforço, de iguais situações quando enfrentam as disputas por vagas de trabalhos e estudos. Até no mundo fashion, os manequins negros estão glamourosamente expostos nos outdoors mais bem produzidos e espalhados mundo afora. Sinal de mudanças na visão tacanha do passado quando o preconceito racial era mais vivo.
Atualmente, as imagens que ainda permanecem vivas no meu íntimo, acerca do período escravagista da história do Brasil, são fortes.
Não saberia escolher como o mais perverso mal, se ele ou o holocausto de judeus patrocinado pela bestialidade hitleriana. Nele morria-se com o trabalho forçado e no holocausto era diferente? Talvez os que morreram no holocausto tenham sentido a força da dor por tempo inferior às que sentiram os negros que, além de sofrerem a dor da separação, tinham que continuar com elas por toda a sua curta existência enquanto escravos. E nós, poetas, ainda encontramos, no seio da escravidão negra brasileira, poemas tão belos como "Essa nega Fuló". Nosso Jorge de Lima póde ainda sentir os cafunés deliciosos das escravas feitas amas em sua infància palmarina. Não creio ter lido qualquer poema singelo como este, tratando sobre o holocausto dos judeus.
Cotas e mudanças do nome da própria raça "Negra", para afro-descendente, não devem ser louvadas. Apalavra "Negro" possui densidade literal. Talvez, quem sabe, essa metamorfose/sublimação não seja uma forma disfarçada dos outros preconceitos raciais?
Ouvi muito, e ainda hoje dói aceso na alma, o trocadilho preconceituoso que diz: "Esse negro tem a alma branca". O negro tem demonstrado através dos tempos que nada deve às outras cores. Conheço inúmeros deles que são perfeitamente iguais aos membros das outras raças. Nunca os achei dentro dessas diferenças raciais que tantos ainda relutam em achar.
Está dentro de cada um de nós o melhor investimento de despreconceitualização natural: o coração. Desafio qualquer corajoso cidadão brasileiro, genuinamente brasileiro, a que se apresente sem o melodioso sangue negro em suas veias. Esse caldeirão racional imenso que enfeita a nossa gente é multicolorido e harmonioso. Não combina com o nosso povo esse desproveitoso preconceito racial em relação aos nossos negros irmãos.
Continuo a enxergar na mulher morena um símbolo de sensualidade e no negro, o ritmo cordial e livre de uma raça que anda a cada dia mais a misturar-se vitoriosa em um interessante hibridismo que em muito tem ajudado às outras raças a sobreviverem. A natureza ofertou à negra um punhado de milagrosas sementes de sobrevivência que, nem sei se preconceituosamente, Deus não ofertou às outras raças. Será? Estaríamos então imbuídos de um ciúme divino? Acho que não se trata disso não...
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