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cronicas-->A GENTE INVENTA TUDO -- 23/07/2008 - 18:57 (Maira Cervi Marques Fernandes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A gente inventa tudo. Inventa uma história, um amor, um trabalho, um filho, uma vida inteira. Por algum motivo, por alguma necessidade, precisamos sentir certas coisas, e buscamos as fontes, as fantasias ou os objetos que possam nos proporcionar tal prazer ou sensação. É a nossa expectativa no outro ou em alguma coisa que rege as nossas vidas.
É estranho pensar assim. Mas acontece. Quando procuramos por um trabalho, buscamos uma satisfação pessoal, de conquista, de realização e de poder. Queremos ser reconhecidos por algo que façamos. É o que esperamos de uma carreira, de um emprego. Não é o emprego em si, mas sim, aquilo que a gente absorve dele que importa.
Com o amor não é diferente. Quando procuramos um amor, não procuramos uma pessoa exatamente. Procuramos uma sensação de prazer, alegria e plenitude que por acaso alguém aparece oferecendo, ou nossa imaginação nos faz crer que isso vai ocorrer. Apaixonamos-nos mesmo por aquilo que essa pessoa pode nos dar e não pela pessoa em si. O que acaba muitas vezes acontecendo, é que queremos tanto viver essas sensações, esses sentimentos, que imaginamos demais. Inventamos um grande amor, e tentamos encaixa-lo numa pessoa nem tão grande assim. Buscamos a todo custo encontrar sentimentos nobres e grandiosos em pessoas pequenas. E nos frustramos muito com isso.
As pessoas são o que são. Não são culpadas por não conseguirem ser aquilo que esperamos delas. Com frequência nem imaginam o que queremos. Pois não falamos. Somos tão malucos que ficamos aguardando a nossa porção, insaciavelmente, sem ao menos avisar o fornecedor. Somos exigentes, egoístas e prepotentes. Não gostamos de ser contrariados, ou ver negados os nossos desejos. E ainda queremos que o outro adivinhe as nossas necessidades.
Com muita frequência, infelizmente, não vemos o outro, como ele realmente é. Vemos aquilo que queremos ver. E jogamos toda a nossa expectativa em cima de algum coitado, ou nem tão coitado assim. Por que, o outro por sua vez, também deposita as suas esperanças em alguém. É o amor idealizado. Ilusório. Tem um começo, um meio e um fim.
No começo, somos cegos e surdos. Não queremos ver nem ouvir, negamos qualquer tentativa de aproximação com a realidade. Lutamos com unhas e garras para que a ilusão não seja consumida pela lucidez. Ficamos apaixonados. Depois de certo tempo, fica impossível resistir. E os desgastes, as incoerências vão inevitavelmente aparecendo. Na fase final, a verdade aparece nua e crua na nossa frente. Sem dó nem piedade. E pela primeira vez nos vemos. Privados de qualquer ilusão ou disfarce. É o momento mais difícil e delicado. Reconhecer o engano. Assumir, e sair fora, antes de se perder o respeito, a dignidade. É a hora de dizer tchau.
Quando essa relação ilusória acaba, e percebemos um estranho do nosso lado, por muitas vezes ainda ficamos com ele, por algum tempo ou por tempo demais. Alguns se arriscam a inventar um outro amor e começam tudo de novo. Outros ganham na loteria, pois encontram a fonte certa para as suas necessidades. E outros ainda desistem de procurar, mas vivem da amargura, da insatisfação e da infelicidade pelo resto de suas vidas.
Penso que, se quisermos a tão sonhada felicidade, temos que achar as fontes certas, mesmo que para isso tenhamos que inventar mil amores e romances, muitos empregos e viver tantas vidas e criar tantas histórias quanto pudermos. E já que vamos inventar nossas próprias histórias, então que tenham um final feliz!
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