Uma poeira inflacionária anda a rondar os céus económicos do país. Nem é bom pensar que nossa economia seja revisitada pela onda inflacionária do nosso passado recente. Arrepio-me apenas em pensar na corrosão salarial e na economia como um todo que ela trouxe.
Embora sabendo que o clima em que vive o país hoje é outro, bem diferente do vivido no passado, mesmo assim essa onda tem espalhado certo frenesi não apenas entre as autoridades da área, como também entre o povo de forma geral. Que preocupa, sabemos disso, porém há remédios mesmo que eles sejam duramente amargos. O pior era se não tivesse qualquer solução.
A lição de casa deve iniciar-se pelo governo, economizando gastos e orientando a população de consumidores a fazê-lo igualmente. Nada de sair por aí com gastanças desnecessárias ou adiáveis. A agonia do mercado mundial diante dessa catastrófica alta no preço do barril de petróleo deve servir-nos de alerta geral. A economia globalizada exige de todos nós maior atenção e ações mais precisas. Não há mais qualquer ilha isolada por subeconomias. O mundo criou tal severa interdependência entre países que ninguém vai a lugar nenhum, a não ser que decida viver tribalisticamente, bem longe do progresso e da civilização. Morrer pequenino e isolado!
Se os países produtores de petróleo não abrirem os olhos rapidamente, sofrerão as mesmas agruras ou quase isso em suas próprias economias. Uma recessão mundial não deixaria alguém, isoladamente, respirar com fartura de oxigênio. Não interessa a nenhuma parte que haja isso. Todos perderão e principalmente os povos mais pobres da África e da América Latina.
Eu acredito que, diante dos fatos reais em que estão mergulhadas as economias de todo o planeta, muito sairão facilitadas as pesquisas em busca de fontes alternativas de energia limpa. O momento é deveras propício. O efeito estufa e os altos preços dos combustíveis fósseis motivarão essas novas buscas científicas. O petróleo é um vilão nocivo que continua a servir como uma das principais fontes energéticas mundiais, apesar de seus preços extorsivos e seus malefícios ao meio ambiente. É hora de mudar-se. Os combustíveis fósseis não poderão continuar representando tanto do consumo mundial. Outras fontes novas e limpas de energia são esperadas e a curto prazo.
E o biocombustivel até onde achará força para enfrentar a economia petrolífera? Em nome da sobrevivência do planeta é que deverá estar tal força. As energias eólica, hidrelétrica, química (etanol), etc, em todas essas e noutras mais, é que deverão estar concentrados os novos estudos energéticos no mundo.
Uma ótima solução para a cruel e aguda crise que a poluição atmosférica tem representado para todos passa por um denso rearranjo nos transportes de massa, principalmente nas grandes cidades. É necessário oferecer-se um transporte coletivo
económico, limpo e de acesso fácil a todos os cidadãos, principalmente para aqueles que deles dependem na labuta diária. Investir em metrós é algo muito acertado. O realinhamento do trànsito nas grandes cidades é também mandatório fazer-se.
Se economizarmos energia e o governo investir maciçamente no transporte público, passaremos essa crise e a história nos perdoará por boa parte dos males que já cometemos para com o meio ambiente. Nunca é tarde para se consertar os erros que cometemos quando entendemos que, por preguiça mental, nada engendramos como antídotos necessários para que tais males fossem evitados ou minimizados. Pensar rápido e agir com firmeza é carecido por todos nós.
