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Cartas-->A Propósito da Palavra -- 21/09/2004 - 18:40 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Motivação e Desafio Aos Mestres.
Mote : “A PALAVRA”
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Quem tiver algo a dizer, que diga agora. Ou se cale para sempre. Assim começou, certamente. Um grande amor, uma paixão ardente. Aos pés do altar, de uma igreja determinada. Escolhida para casar. A palavra foi, de pronto, invocada. Em primeiro lugar, anunciada. Inaugurando uma nova união. Uma nova caminhada.

E tudo dependerá, de agora diante, da força da palavra. Que poderá, ali presente, tanto calar-se, como tornar-se ausente. À vista da noiva radiante; dependendo do caso, será omissa. Adiando, para mais adiante, o desastre, em plena missa.

A omissão, a distorção, no caso em questão. A palavra mal colocada. Mal dita ou não falada. A segunda intenção. A palavra irresponsável. Prolixa, incompreendida. O ruído na comunicação. Pensemos na palavra. Do ateu e do cristão. Até na palavra divina. A palavra que não cabe observação. Que brota do coração. Antes de sair por aí tocando o sino, estridente, da eloqüência. Da força de expressão. Que retrata, muito mal, apenas a sua opinião. A sua verdade aparente. Que pode ser diferente. Da verdadeira verdade. Completamente.

A palavra é a materialização, digamos assim, de nossos pensamentos. Em forma de expressão. A palavra é, primeiramente, um grande dom de Deus. E não devemos, por conta disso, usá-la em vão. Apenas para o bem, nunca para o mal. Jesus censura os que distorcem os seus ensinamentos. Com falta de lógica nos argumentos.


O jejum de João Batista é interpretado como obra do demônio. “Por que veio João Batista que não come pão nem bebe vinho”. Argumento muito pequeno. Pequenininho. E de Jesus, também disseram: “Veio o filho do homem, que come e bebe”, diz o profano: “eis um glutão e bebedor de vinho, amigo dos pecadores e dos publicanos”.

Fariseus e doutores da Lei, como eram chamados. Não se fizeram detentores da sabedoria. E a palavra mal utilizaram. Como instrumento da maledicência. Da violência. Não se deram conta da glória de Deus que lhes falavam. Através do seu Filho Unigênito. Distorceram suas palavras. Tergiversaram o que viam e o que ouviam.

“A palavra é um grande dom de Deus, que nos deve servir para cantar os seus louvores e para fazer sempre o bem, nunca o mal”.

Jesus, como é sabido, gostava de conversar com seus discípulos. Basta abrir a Bíblia, em qualquer de seus capítulos. Jesus sempre estava disposto a conversar. Fazer uso da palavra meiga e amiga. Conversava em suas longas caminhadas. Pelas cidades, pelas estradas. Nas casas, debaixo dos pórticos dos templos. Com todas as pessoas ao seu redor. Independente das circunstâncias de cultura dos seus interlocutores.

“Como Maria, sentada aos seus pés, ou como João, que reclinou a cabeça sobre o peito de Jesus”.

Com Nicodemos , a mulher samaritana que fora buscar água no poço da cidade. Jesus falou-lhe com a mesma naturalidade. Com um ladrão , que lhe fala de sua dor mais forte. Com todos, Jesus falava. Reconfortando-os. Ensinando-os. Mostrando-lhes os caminhos. Alertando-os para os espinhos. Corrigindo os que erravam e fortalecendo os fracos. Desviando-os dos buracos.

“Muitas palavras que nos rodeiam andam perdidas no seu pessimismo, na ignorância, na falta de sentido daquilo que fazem. As nossas palavras, sempre animadoras, hão de indicar a muitos os caminhos que levam à alegria, à paz, ao descobrimento da própria vocação...”.

Jesus sempre teve em alta estima a palavra e a conversação. “Eu vos digo que, de qualquer palavra ociosa que disserem os homens, prestarão conta dela no dia de juízo”.

No dizer de Francisco F. Carvajal, em sua obra “Falar com Deus”, Segunda Edição, volume número cinco, a “palavra ociosa é aquela que não aproveita nem ao que a pronuncia nem ao que a escuta, e que provém de um interior vazio e empobrecido. Essa maneira descontrolada de falar, esses modos de expandir-se dificilmente compatíveis com uma pessoa que costuma agir na presença de Deus, costuma ser sintomas de tibieza, de falta de conteúdo interior”.

“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração; e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro”. Em Mateus (12,35).

De conversas em que se poderia ter feito o bem e não se fez. Seria preferível o silêncio. É tênue a linha que separa a palavra ociosa de suas trágicas conseqüências: a intriga, a calúnia, o descaminho....tão bem resumido no pensamento do, então, Monsenhor Josemaria Escrivã, hoje Santo: “De calar, não te arrependerás nunca; de falar, muitas vezes”.

A palavra deve ser, sempre, o “ prato-do-dia”, o alimento da alma. O que se tem de melhor para oferecer. A nossa melhor refeição. A matéria-prima de qualquer decisão.

A palavra pode até ser inaudível. Silenciosa, como a linguagem dos sinais, de quem é surdo e mudo. Ela só não pode e ser leviana. Profana, traiçoeira, que engana. A palavra que anda na contra-mão do sentido. De sua boa intenção. Do que pregou Jesus ao Cristão.

A palavra tem que ser na medida certa de fazer o bem. Sem olhar a quem. Acolher, amparar, ajudar a crescer. Por dentro e por fora. Com urgência, agora.

A palavra tem que fazer eco, no muro da fraternidade. Da caridade. Da tolerância. Da constância no bem. Em benefício da natureza. Do homem. De todo o planeta. Sem distinção, sem preconceito. No rumo do certo. Do direito. Que cada um de nós, a seu modo, traz no peito.

A palavra tem que ter registro no cartório. Da ética e da moral. A palavra tem que ser, sempre, natural. Sinônimo de verdade, afinal. Mesmo que por um tempo , aparente. O que se me afigura normal.

A palavra tem que ter argumento. Consistente. Não pode ser instrumento que sai da boca dos incautos e inconseqüentes. Dos egoístas e vaidosos. Dos indiferentes. Dos demagogos e mentirosos.

Dos que prometem e não cumprem. Dos eternos omissos e submissos. Que trocam, por interesses, seus compromissos.

A palavra tem que ser responsável para com os que cativa. Como se lê, no “Pequeno Príncipe”, de Antoin de Saint Exupéry. O escritor e aviador que viu, com os olhos da poesia, o mundo lá de cima. E que se perdeu entre as nuvens de seus sonhos.

A palavra, finalmente, dever servir, repetimos, sempre ao bem. Nunca ao mal. Pois ela nasce dentro do coração. Fruto do amor e da compreensão. Em prol da paz em nosso planeta. E, portanto, jamais deverá ( a palavra ) sair da boca de um canhão.

21 de setembro de 2004







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