Soneto das duas rimas, sem “E”
O MARVILHOSO AMOR
J.B.Xavier
Soltas as amarras, fluí vida afora.
Sorvi absorto os haustos da dor
Vivi aguardando, hora após hora,
Um olhar amigo, um abraço, um calor.
Como andarilho, fui buscar na aurora
O lufar da brisa, o acalanto, o ardor
O suspirar da vida, sorriso no qual mora
Um grito, uma chama, como um clamor...
Assim vivo no mundo, aqui, agora,
Aspirando fragrâncias qual fraco licor.
Minha alma sorrindo, aos poucos implora
Os gratos sorrisos quando, outrora
Soltas as amarras, fluí vida afora
Na cálida chama do maravilhoso amor...
* * *
|