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cronicas-->Desabafo de uma escritora -- 06/07/2008 - 23:06 (Maira Cervi Marques Fernandes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Escrevo pra não enlouquecer. Nas madrugadas geladas, me distraio em meio às palavras pedidas em busca de algum sentido. Escrevo quando quase sufocada, minha voz não consegue mais sair. Deixando-me muda. Mas escrevo, quando minha alma enraivecida resolve gritar, por algum apelo, por algum socorro. É quando extravaso toda a minha vontade, todo o meu desejo contido, reprimido, tentando sair. Uma vontade louca de sair rompendo as grades e os muros que construí em volta de mim. Por fim, ouço os ecos delirantes dos meus gritos sufocados por uma mordaça infernal. Ensurdecendo-me e apavorando-me sem saber o que fazer. E nesse momento eu saio sem rumo, perdida, marginal. A procura de um amor casual, perdido, sozinho, esperando alguém assim como eu. A beira da vida. Pulando o muro da repressão, do medo. Se atirando à sorte, melhor que à morte bem certa, caso eu não consiga mais fugir de mim.
Escrevo para afugentar os fantasmas, o passado tão sórdido, os amores perdidos. Para me drogar desse vício que me tira a dor em frases escritas. Uma dor por tudo o que não fiz. Por tudo o que não deu pra se fazer. Muitas vezes eu fui ao fundo, do mais fundo poço, pra não dizer que não fui. Inventei uma história pra viver a vida, já que a minha não tinha mais nada. É preciso inventar um sentido quando não se tem. Não tive sorte no amor. Nunca deu certo pra mim. Hoje sei que é assim, às vezes não acontece, não é pra você. Levei uma vida buscando, anos tentando, e cheguei aqui. Lúcida, serena, sem pena de mim. Apenas constato o fato e busco viver com ele. Vou viver assim. Algumas pessoas têm sorte no amor, outras vão vivendo do jeito que dá.
Escrevo sobre o que vejo e o que sinto. Coloco toda a impressão que capto lá fora aqui no papel. Sinto a verdade escondida em cada olhar, filtrando dentro mim. Pedindo pra se revelar em algum rabisco, algum poema. Sofro com a verdade não dita, com a máscara que esconde cada emoção. Sou insana, profana, vadia, vazia. Oca de toda a praticidade, racionalidade, religiosidade, e qualquer outra idade que queiram me dar. Sofro por não ser ideal, por não ser igual, por fugir do padrão. Feliz daquele alienado que vive calado, aceita a vida e morre feliz.
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