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Poesias-->APAGÃO II -- 24/07/2001 - 00:31 (Nelson Haroldo C Anjos) |
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A P A G Ã O II
Lá vem a escola de samba unidos da escuridão
desfila sob o signo do apagão na luz de candeeiros.
No porta estandarte: o povo sufocado e o real quebrado
No enredo: sistema elétrico limitado, Brasil sucateado
Tio Sam ávido pelas verdinhas mostra os dentes e toca pandeiro
Josés e Marias esfarrapados requebram na ala dos ludibriados.
A Aneel preocupada manda a conta dolarizada
As distribuidoras entregues aos estrangeiros
e Tio Sam solidário morrem as gargalhadas.
O FMI, muito amigo toma conta do financeiro
Enchendo as burras na miséria dos brasileiros.
É só desesperos: breu, fome, seca e desemprego!
Abrem-se as cortinas, um grande teatro,
Na escuridão das coxias, o povo de palhaço
procura o lume no primeiro ato!
Fecham-se as cortinas,
acendem-se as velas é o apagão,
E a nação moribunda pede a extrema-unção!
Curujebós colocam ebós nas encruzilhadas
Ogans repicam os atabaques nos terreiros,
Os Orixás pedem a luz do candeeiro
Zé povim atochado clama aos Santos Guerreiros
Assim, o arco-íris nasce sem cores
Ficamos no vale das sombras
A primavera nasce sem flores...
Nhca
Jul/01
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