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Artigos-->Os negócios da guerra.do Econo,ista Leonardo Guimarães Neto -- 01/04/2003 - 16:24 (Geraldo Lyra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No seu desenvolvimento, o capitalismo, ao lado do aumento contínuo da produção e da acumulação de capitais, consegue transformar tudo em mercadorias: os bens necessários à alimentação, às moradias, à saúde, à educação, à força de trabalho, os recursos naturais. É como Midas que transformava tudo que tocava em ouro. As guerras não escapam a este destino inexorável, dentro desse sistema econômico. Neste caso, alguns valores caros à Humanidade(liberdade, democracia, nacionalismo, segurança) são usados para conduzir e fomentar os grandes negócios da guerra. Neste conflito dos dos Estados Unidos e da Inglaterra contra o Iraque o contexto não é diferente. A defesa da liberdade e a necessidade de combater o terrorismo e o "eixo do mal" não escondem os grandes interesses que estão na base dessa enorme mobilização de recursos, armas e homens que os dois países imperialistas fazem atualmente.

Os grandes empresários vinculados ao complexo do petróleo e gás e às grandes empresas de engenharia e que serão mobilizadas na reconstrução da economia iraquiana, manipulam os fios dos dois grandes líderes, Bush e Blair, escrevendo os seus discursos e definindo as suas posturas. Não é sem razão que tanto o atual presidente americano, como seu pai, e os assessores mais diretos(um deles, segundo a imprensa, emprestou seu nome a um petroleiro) têm estreitos vínculos com os negócios do petróleo e da engenharia pesada que deverá estar na linha de frente das obras de reconstrução.

Logo após o início da guerra, que se pensava curta, aparecem nos meios de comunicação as primeiras iniciativas para divisão do botim. Através da Imprensa(Folha de São Paulo), com uma matéria que tem um título sugestivo("EUA já "vendem" a reconstrução do Iraque"), foi divulgado que a Usaid já fechou contratos de consultoria para concepção de projetos para determinados serviços de reconstrução iraquiana(portos e aeroportos, sobretudo). Estaria definido que oito importantes contratos para a reconstrução ficaria com empresas norte-americanas. Há, ainda, a informação de que o governo dos Estados Unidos usará um plano da Kellog Brow & Root, do, setor de infra-estrutura e energia, para controlar incêndios em campos de petróleo. Ocorre que a referida empresa é subsidiária da Hellingburn Co., que integrará a reconstrução, presidida, até 2000, por Dick Cheney, que é o vice-presidente dos Estados Unidos. Nas chamadas "relações perigosas" com a indústria do petróleo, além de Bush, tem sido assinalado nos meios de comunicação os vínculos da conselheira para assuntos de segurança, Condoleezza Rice, do secretário de comércio,Donald Evans, e do secretário do exército, Thomas White.

Dinheiro certamente não faltará para financiar a guerra, a destruição e a reconstrução, não obstante o fato de o déficit público americano ter disparado e já alcançar US$ 300 bilhões, que corresponde a 60% do produto do Brasil. O executivo americano solicitou nos últimos dias suplemento de US$ 75 bilhões, dos quais 63 bilhões para operações militares, para 30 dias, e o restante reservado para assistência e ajuda à reconstrução do Iraque. Alguns consultores estimam que o governo americano deverá despender, em cinco anos de ocupação, cerca de US$ 45 bilhões e na reconstrução, aproximadamente, US$ 30 bilhões. Embora sobrem estimativas dos prováveis contratos para reconstrução e para exploração do petróleo, faltam previsões sobre os mortos , mutilados e refugiados que a guerra provocará. Sem considerar os impactos sobre o desemprego, a pobreza, a desnutrição que a destruição do país causará à população. Mas a respeito desses indicadores, os que comandam a guerra e os grandes negócios não têm o menor interesse ou sensibilidade. Para eles, essas "variáveis" não importam: não entram no cômputo da taxa de lucro.



Diário de Pernambuco - Recife, 01-04-2003.
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