Fotografava o rio Pinheiros,
ali da ponte Cidade Jardim,
achei um maço de dinheiro,
a sorte, enfim, sorriu pra mim.
O Jockei-club estava aberto
e eu ali tão perto...
Decidi num só estalo:
"Que tal eu experimentar
fazer a fé num cavalo?!".
Assumo até que o mais certo,
era ir correndo ao banco,
pois sendo franco,
a minha relação com os eqüinos,
tem a distância de um abismo.
Não sei nem diferenciar
pólo, turfe ou hipismo...
"- Filho! Aposte no alazão!"-
Alertaram os mais experientes.
E lá sou eu tão inocente?...
Acatar sugestões de concorrentes?...
Joguei então em outro cavalo... Um azarão.
Ocorre que ao ver o bicho,
eu vi: "Joguei tudo no lixo!"...
Era de um branco doentio
e, além de tudo, meio manco.
Quase arranco meus cabelos,
mas, se o dinheiro foi achado,
qual o drama, se perdê-lo?...
Eis então que o tratador,
para o meu total espanto,
corrigiu-lhe a imperfeição
com uma espécie de tamanco...
Largaram e... ao ver o albino tão veloz!...
Bastou, gritei a toda voz:
É hoje que eu vou cair no mundo!!!
Acontece que o alazão,
chega junto, cabeça a cabeça, lado a lado,
ao fim, o meu chega em segundo.
"Lá se foi meu eldorado!!!"
"Corretas são as mulheres,
que, com dinheiro, sem pensar,
correm logo pro shopping!!!"... - resmunguei.
E eu que comecei, falando em foto,
seria o retrato da desilusão,
não fosse o resultado do anti-doping,
excluir o alazão trapaceiro...
Bicho não come o que é do homem
tripliquei meu dinheiro.
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