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Humor-->Noite do doce de goiaba com queijo -- 25/09/2005 - 09:57 (Moacir Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Noite do doce de goiaba com queijo,
Moacir Rodrigues

Nos idos de 1965, morava eu numa pensão na Rua Pouso Alegre, 1247, rua que liga o Bairro do Horto ao Centro de Belo Horizonte. A pensão era da Dona Maria, uma turca que veio da Cidade de Oliveira e se instalou definitivamente na Capital com o ramo de pensão para estudantes. Ela tinha muita paciência mais era muito chorona. Chorava quando a gente fazia bagunça, chorava quando estava sem dinheiro para sensibilizar os hóspedes para adiantarem algum e assim por diante. No fundo era uma mãezona, só tendo como defeito gostar muito de din-din. Me lembro que um certo dia ela chegou das Oliveiras trazendo um queijo muito bonito e uma tigela de doce de goiaba. É natural que aquele doce seria apenas para o consumo da sua família, que também morava na pensão. Mas nós os estudantes, sempre com pouco dinheiro no bolso, ao ver aquele docinho ficamos com água na boca. O Sebastião Andrade, caboclo do rosto fino e de olhos azuis, pelas suas características tinha o apelido de “quati’, e era um apelido acertado porque ele era o protótipo do aludido animal. Já à tarde daquele dia o Quati estava de olho esperando a Sebastiana, empregada da casa, esquecer a chave na porta da geladeira para mandar rapidamente fazer uma cópia. E não deu outra, Sebastiana abriu a geladeira, fez a limpeza e foi lavar as vasilhas na cozinha e esqueceu a chave na porta. Ai o quati entrou em ação. Foi ao primeiro chaveiro da esquina e veio todo sorridente. Hoje à noite vamos comer doce com queijo. Rapidamente colocou a chave no lugar e os planos estavam hermeticamente cumpridos. Fomos cada um para a sua escola e quando chegamos Dona Maria e seu filho já estavam até roncando. E foi ai que a turma entrou em ação. Subimos para o segundo andar com um prato de doce e com meio queijo, daqueles brancos e bonitos, que só se encontra na Cidade do Serro, nas Minas Gerais. Alguém logo cochichou: “como é bom comer algo roubado de uma mulher miserável como é a dona da nossa pensão” . Foi a maior farra. Chegaram a entornar o doce de goiaba no lençol, já que estávamos comendo sentados nas respectivas camas. Quando foi no outro dia na hora do café, que confusão. Dona Maria abriu a geladeira e viu que só contava com a metade do doce com queijo e caiu no choro. E o pior que veio perguntar a mim, que havia chegado na pensão há pouco tempo, e ainda um interiorano ingênuo, quem era o autor do furto. Eu garanti para ela que não vi ninguém da pensão comendo doce com queijo naquela noite. O Rubinho, uma comunista amigo dileto do Brizola, chegou até a propor aos companheiros durante o café, quando da D. Maria estava lamentando, a fazer uma vaquinha para comprar um novo doce caso o furto não fosse desvendado. O interessante foi que esse quadro gerou comentários por muito tempo. Há poucos dias ainda encontrei o Quati e lembrei a ele da noite do doce com queijo. Como é bom lembrar do passado, principalmente do nosso tempo de estudantes morando em uma casa grande, denominada Pensão do Aconchego…
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