N I N F A
Oh, ninfa!
revestes em paixão a luz dos teus olhos,
tão cintilantes, é desejo dos deuses!
Deles, faço minha primavera
e viajo no azul harmônico,
desses cheios de luas e estrelas.
Mas, se olho o mar,
teu rosto circunda o sol escarlate,
descendo em luz sobre a água marinha,
é paixão que atrai e absorve penumbras
e navega na dança das ventanias.
Devoro o momento e corro do tempo.
É que teu coração colou nos meus sonhos,
perdulários sonhos em base de pedra crua,
debruçados em um mar incendiado
e, mais além, a lua minguada riscando
sobre os restos de cinzas do meu naufrágio.
Minha divindade,
entre nós a vida, corolas submersas,
aos teus pés flores descorpadas
perfumando a superfície do silêncio.
- O vôo dos versos, gaivotas debruadas...
Nhca
Jun/01
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