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Humor-->Vida de Timbú! -- 22/09/2005 - 10:55 (Second Dupret) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vida de Timbú

Naquele dia chuvoso Jorge Pan chegou em casa, cansado, após o trabalho.
Timbú, como era conhecido pelos amigos, tinha um hábito de
muitos anos: ao chegar em casa vestia seu pijama branco com bolinhas
azuis, caminhava até a cozinha e abria a geladeira, parcimoniosamente.

Olhava nos mínimos detalhes as prateleiras com comida. Mas,
invariavelmente desistia da alimentação e abria o congelador.

Ah, aí sim, ele observava com um sorriso inebriado aquele litro de
vodka com gelo grudado no vidro da garrafa, onde vapor gelado saia
ao entrar em contato com ar do ambiente.

Do outro lado, no congelador, um pacote de picolé de laranja
(poderia ser de qualquer marca), que adorava. Até era por isso que
já era conhecido entre os amigos por Tio Sukita .

Jorge Pan então retira a vodka, vagarosamente, com excesso de cuidado.
Ajoelha-se e caminha com o litro da bebida elevado acima, como uma
imagem de um santinho, murmurando: vou tomar uma, vou tomar uma!

Após colocar a imagem, digo o litro da bebida sobre a mesa, levanta-se e
pega um copo e, ato contínuo, verte o líquido oleoso perfumado
enchendo até a metade do mesmo.

Com um sorriso maroto devolve a garrafa de volta ao congelador e pega um picolé de
laranja. Remove a embalagem com luxúria, mordendo o papel e com aquele mesmo
sorriso maroto dá uma lambida.

Após este pequeno ritual Jorge Pan, o Timbú, enfia o picolé
dentro do mesmo copo com Vodka e começa a mexer, devagarzinho e então frenéticamente,
até que a bebida atinja aquele tom alaranjado.

- Jorge, bebendo de novo? - fala a esposa.

- Não, eu estou trabalhando agora no escritório.

- Jorge Pan, toma vergonha cara.

- Mulher, eu tô trabalhando não tá vendo? Estou estudando termodinâmica.

- Desisto...

E Jorge Timbú continua. Após secar meio litro, e destroçar dois ou três
picolés, ele vai se deitar, já pela meia-noite.

Às 01:00 da madrugada, Jorge Pan se levanta, sonâmbulo. Está sonhando!
Caminha até a geladeira novamente, abre-a e ao congelador e pega novamente a vodka. Se abraça,
carinhosamente com ela. As lágrimas começam a descer pelo seu rosto. Pega outro copo limpo, e começa tudo
de novo, mas desta vez ainda dormindo.

Às 03:00 da manhã, Timbú, depois de secar o restante da vodka, se levanta, ainda dormindo. Vai
novamente se deitar, como se nada tivesse acontecido.

Às 05:30, Jorge Pan acorda. Toma um banho, faz a barba, e se arruma.

Às 06:00 Timbú sai para a padaria, compra 10 pães, dos quais 7 são para
a família e três só para ele.

Aproveita, dá uma passadinha na farmácia e compra alguns comprimidos de Engov, e um pouco de
álcool gel.

Fascinante este Jorge Timbú. Chega em casa, faz um café russo (com um
pouco de vodka e creme de leite). Senta-se à mesa, alcança um dos pães,
que parte alegremente, e com uma faca passa um pouco do álcool gel no mesmo.
Pronto! Come alegremente. Faz isso com outros dois pãezinhos.

Jorge Pan agora está pronto para ir trabalhar. Chama a esposa e avisa:

- Meu bem, estou de saída. Volto à noitinha.

Sai de casa e entra em sua famosa Caravan Bomba, recém-pintada,
e se dirige ao emprego. São 07:00 da manhã. Jorge
nem sabia, mas a Caravan Bomba tem até alarme. Mas isso é papo para
outra estória do fantástico Jorge Timbú Pan.

Às 07:30 Jorge para no posto de abastecimento. Aproveita, passa no balcão do bar e toma
outra. Abastecido, continua sua viagem de Valparaízo até o Plano Piloto de
Brasília.

Após parar em mais uns vinte butecos, às 10:00 horas da manhã chega
ao trabalho, com os bolsos cheios de balinhas de hortelã.

Jorge Pan, esta é sua vida!

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22/09/2005
© Second Dupret




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