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Artigos-->POSSESSÃO PELO DEMÔNIO NA BÍBLIA -- 31/03/2003 - 09:08 (LUIZ ROBERTO TURATTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POSSESSÃO PELO DEMÔNIO NA BÍBLIA







Chama-se animismo a crença dos povos primitivos que identificavam as forças da natureza como sendo divindades subalternas. Esses deuses, em grego, são chamados daimones, traduzido para demônios. Essa mentalidade supersticiosa conserva-se intacta em vários povos da África e Austrália. No Brasil, é a superstição mais difundida, apesar de profundamente anticientífica: as cascatas são ou estão habitadas por orixás e exus, como também o mar, os rios, o vento, as nuvens e mesmo as árvores etc. E as doenças são “encostos” desses deuses!



No Antigo Testamento não há nenhum caso de possessão demoníaca. E o termo demônio não aparece nunca no original. Não podia a Bíblia aceitar “encostos” nem exorcismos ou “desencostos”: Só existe um único Deus.



O animismo ou demonologia antiga penetrou através dos Caldeus na cultura grega. Na mais antiga literatura dos gregos, a Ilíada e a Odisséia, a loucura, ou qualquer comportamento estranho é atribuído aos daimones. Essa literatura teve grande influxo em toda a cultura de séculos posteriores. O Império Romano adotou a mentalidade dos gregos, simplesmente trocando o nome das divindades (= daimones = demônios). Mas não chamavam endemoninhados a todos os doentes, senão só aos doentes por causas não aparentes, internas, inobserváveis e, portanto, misteriosas para os conhecimentos da época.



No tempo de Cristo essa era também a medicina dos judeus, recebida dos povos vizinhos e através dos gregos (falavam o grego comum) e dos romanos (eram duma colônia romana). Assim, no Novo Testamento fala-se de possessões e expulsões de demônios, dezesseis vezes nos Evangelhos e mais três vezes nos Atos dos Apóstolos. Era a nomenclatura da época.



Mas chamavam assim só as doenças internas. Nunca são chamados de endemoninhados os doentes por “causa” externa: os leprosos, os cegos (os olhos estão vazios, ou as pálpebras infeccionadas, a íris, branca...) os paralíticos (membros atrofiados), os hidrópicos (corpo inchado), os que têm febre, os mortos (vê-se a palidez), os feridos... Sempre são chamados endemoninhados os doentes por “causa” interna, por exemplo, os loucos, como o dos porcos. E assim chamaram endemoninhado a São João Batista pelo seu modo “louco” de proceder e ao próprio Cristo: “Ainda não tens 50 anos e já viste Abrahão? Agora vemos que estás endemoninhado”. Igualmente por ser “causa” interna, fala-se do endemoninhado “lunático” e descreve-se com admirável dom de observação todos os sintomas da epilepsia etc. É regra sem exceção.



Mas a intenção desmistificante dos Evangelhos é manifesta. Contra o costume da época, os Evangelhos nunca usam o nome pessoal daimon ou daimones, senão o termo daimonion ou daimonia, em neutro: coisas. Mais ainda, junto ao termo daimonion (singular) ou daimonia (plural) usam os termos curar ou sarar. E ainda mais: juntam o diagnóstico certo da doença: mudo, surdo, lunático (o nome da medicina de então para epilepsia), são juízo em contraposição à loucura etc. E tudo isso é tanto mais significativo que não corresponderia aos Evangelistas corrigir os erros científicos da época.



Em conclusão, toda essa epidemia de exorcistas e de médiuns de “desencostos” está completamente errada quando invocam a Bíblia para defender sua superstição.







Por Luiz Roberto Turatti, aluno do Centro Latino-Americano de Parapsicologia, CLAP (www.clap.org.br), dirigido pelo Prof. Dr. Padre Oscar González-Quevedo, S.J.







Esse artigo já foi publicado em:

- “Tribuna do Povo”, Araras/SP (Brasil), sábado, 27/5/1995;

- “Opinião Jornal”, Araras/SP (Brasil), quarta-feira, 7/1/1998;

- “Anais de Nossa Sra. do Sagrado Coração”, São Paulo/SP (Brasil), janeiro/2002;

- “O Desafio”, São Paulo/SP (Brasil), janeiro/fevereiro de 2002;

- http://www.salvatorianos.org.br/desafio/edicao122/clap.htm.

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