Em casa que tem defunto a janela tem que ficar aberta
Moacir Rodrigues
Era plena década de 80 e numa determinada manhã estávamos sentados na recepção da Sede da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, em Belo Horizonte, quando chegou o Dr. Márcio Andrade, como sempre bastante afobado. Precisava tratar de alguns assuntos de seu interesse na Associação para viajar logo em seguida para sua Fazenda em Passa Tempo, onde já havia tratado de receber a visita de criadores de cavalos de um outro Estado. Quando ele sentou-se no sofá o Dr. José Maria da Silva, homem disciplinado e grande diretor do Registro do Cavalo Mangalarga Marchador, lhe chamou a atenção nos seguintes termos: “ Ora Márcio como é que você sai com a calça desabotoada pela cidade. Toma jeito rapaz”. Estando presente o Sr. Oliveiros, dono da Gráfica que fazia impressos para a Associação e sendo muito gozador, fez uma brincadeira:” ora Dr. José Maria, não precisa se preocupar porque a casa que tem defunto tem que ficar com a janela aberta”. A brincadeira foi tão marcante que agora, anos depois, eu me lembro dela, embora todos esses personagens já tenham embarcado para a outra vida…