É um gajo de ápices miolares. Quando se exprime, dá a sensação que está a afogar-se com um peixe na cabeça. Ouras vezes, mesmo que se afogue, come o peixe antes do afogamento.
A propósito, tive um professor de Filosofia e Religião Moral, o Padre Pombo, que adivinhava sempre o que eu tinha dentro da cabeça.
Bem, eu evitava-lhe o olhar quanto podia. Voltava-me as costas, afastava-se, e lá ao fundo do corredor, antes de desaparecer no seu gabimete, dizia: Torre, amanhã não vais de fim-de-semana...
E eu, entre dentes, surpreendido, cogitava: ó caraças!...
António Torre da Guia |