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Artigos-->161. VERSINHOS — NÃO IDENTIFICADO -- 30/03/2003 - 07:09 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Se Deus quisesse prover

Cada cesto de um limão,

Por certo ninguém teria

Mais do que um limão na mão.



Eu sei que os pobres versinhos,

Ditos rápidos, à toa,

Não poderão provocar

Reação que seja boa.



Esta forma é mui carente

De um compromisso maior.

Se você quer perfeição,

Dedique-se com amor.



Atrás da felicidade

O homem é uma torneira.

Se a gente abre, ele fecha;

Se a gente fecha, bronqueia.



Não fique aí a cismar

Que tudo caia do céu:

Ou você se reanima,

Ou irá vagar ao léu.



Um suspiro é coisa boba.

Um suspirar é sofrido.

Que dizer, então, do hausto

Assoprado em meu ouvido?



Se você quiser, um dia,

Navegar por longos mares,

Prepare o seu coração,

Porque terá patamares

De muitas dores cruéis

Que a saudade imporá.

E não acreditará

Nestas nossas profecias,

Mas estará sempre atento

A que, menos ou mais dias,

Se sentirá perturbado,

Com o coração sofrido,

E não terá mais sossego,

Enquanto não tiver vindo

Recuperar os desejos

Da viagem encetar,

Pois o que é mais feliz:

Desejar ou velejar?



Este nosso atrevimento

Não seja nenhum tormento

P’ros sonhos do mediador.

Saiba bem que tentaremos,

Sempre que solicitar-nos,

Imprimir à sua pena

Ritmo louco e suave,

A um tempo frio e quente,

Porquanto, sabemos nós,

Será sempre atrevimento

Ficar escrevendo à toa.

Se você for duvidar

Deste tremendo arremesso,

Não permaneça parado:

Ponha-se logo a escrever,

Que iremos remediar,

Sempre que for fraquejar

E não souber prosseguir

Nesta escrita fabulosa,

Pois é preciso pautar

O seu ritmo interior,

Fazendo com que possamos

Obter de nossos guias

Uma maneira qualquer

De promover alegrias,

Saudando o fiel companheiro

Na forma peculiar,

Poético linguajar,

Que tanta celeuma causa

Quando se dá o convite

E é aceito por nós,

Que temos algum ouvido

Para ouvir a sua voz.



Não pretendemos ditar

Frases sem nexo ou padrão.

Vamos ter de cotejar

O que sabemos ou não

Com o profundo saber

De nosso querido irmão,

Que sempre se prontifica

A enquadrar-se no ato.

A mediunidade é um fato.

Graças a ela, podemos

Ingressar mais uma vez

Nesta Terra tão querida,

Onde se deu uma vez

A nossa reencarnação,

Que se quis bem sucedida,

Mas não passou de rojão

Que estourou bastante perto,

Quase rastejando o chão.



Numa hora é desacato,

Noutra é puro boato,

Mas sempre e sempre persiste

O nosso puro desejo

De guindar-nos, algum dia,

Acima destas esferas

Em que nós nos situamos,

Para poder adentrar

O mundo cheio de glória

Em que reside o Senhor,

Com toda a sua Harmonia.

Certamente eu não iria

Fazer tal comparação,

Quando se trata de Deus:

Ele é sempre muito bom

E nos ajuda a subir,

Para não ficar no chão

Sem saber o que fazer,

Sem conseguir compreender

A lição mais eficaz,

Aquela que nos dá paz

E nos permite chorar,

Alegres no coração,

Sem saber que hoje estamos

Espezinhando um irmão,

Que nos busca, agradecido,

Oferecer sua mão

Para que dizer possamos

O que vai no coração.



Estes versinhos singelos

Expressam, com atenção,

O que de mais puro temos

Por dentro do coração.



E não se retire ainda,

Ó nosso querido irmão,

Porque temos de fazer

Nossa última oração.



Mas já perdemos o impulso

De escrever em forma ativa

Os versos de sete sílabas

Como tudo o que ditamos

Neste nosso atrevimento,

Pois temos só sofrimento

Marcado em nosso pendão.

E agora, aos poucos, iremos

Deixando você na mão,

Pois não sabemos obrar

Dentro dos mesmos princípios.

Começamos a falhar,

Sem poder oferecer

Mais do que algumas palavras...









COMENTÁRIO — HOMERO



Apresentou-se irmãozinho ávido por utilizar a mão do médium para traduzir sentimentos e pensamentos na forma poética. Acreditava que era só tomar o lugar, para que, ao influxo de suas sugestões, pudesse o instrumento compor, com energia e sagacidade, algum texto que contivesse ritmo certo, como se fosse tão-só preciso das palavras para escrever poesia. Não foi capaz, evidentemente, pois lhe faltou “inspiração”, uma vez que nenhum estudo fez dessa “forma peculiar de linguagem”, como ele mesmo frisou.



Sabemos que não é fácil até mesmo para médiuns mecânicos apanhar ditados na forma de versos, uma vez que é preciso desenvolver senso de “ritmo interior”. Claro está que é o caso de nosso escrevente, que se dispôs ao trabalho na esperança de ver concretizada antiga aspiração. Esperamos que não se veja no “atrevimento” do nosso atabalhoado poeta nenhum desestímulo para prosseguir oferecendo-nos o concurso de sua pena.



Quanto aos aspectos doutrinários envolvidos na longa lista de “versos”, pode-se perceber que o irmãozinho não é maldoso, apenas ignorante. Está presente, ouvindo atentamente a nossa fala, buscando compreender o que o levou a proceder com tamanha inconsistência. Os nossos companheiros traduzem para sua terminologia a nossa arenga, para que fique confiante em que lhe ofereceremos os recursos necessários para que venha a suplantar as deficiências.



Como se pode notar no desenvolvimento da mensagem, tomou consciência de suas dificuldades e da necessidade de aperfeiçoamento, para que possa oferecer os préstimos junto às equipes socorristas. Não estamos autorizados a lhe garantir sucesso pronto nem remoto. Apenas podemos aconselhá-lo a se manter nesta atitude respeitosa diante do saber, para que possa considerar-se tão-só aprendiz, muito necessitado de ajuda e de esclarecimentos. Se concordar de boa mente, iremos encaminhá-lo para centro educacional, onde deverá inscrever-se, segundo seu nível de desenvolvimento, para principiar os cursos necessários para que sua capacidade floresça à luz dos ensinamentos evangélicos.



É bom manter o texto intacto, por dois motivos: 1.o) é o exemplo vivo de que os médiuns devem tomar o ditado sem assumir a responsabilidade pelo conteúdo e pela forma, a qual será atribuída ao espírito que perpetrou a transmissão; 2.o) é texto elucidativo do grau de desenvolvimento moral e intelectual de seu autor, que, futuramente, após prolongada estadia junto às organizações educacionais, poderá cotejar o desempenho anterior com a sua capacidade, obtendo da comparação como que recompensa pelo trabalho a que se tiver dedicado.



Afora estas considerações, achamos inútil insistir junto ao leitor que desconsidere o teor da mensagem, pois foi o resultado de atrevimento de espírito obsedado por idéias de poderio intelectual, sem o competente talento. Seria desalentador para todos nós que se visse nesse texto qualquer mérito, no sentido da elevação moral que se deve exigir dos mensageiros evangélicos e dos socorristas. Caso paire qualquer dúvida, devemos, finalmente, esclarecer que, se algum “verso” contiver a tradicional métrica dos heptassílabos ou redondilhas maiores, se deve unicamente aos hábitos de leitura do médium.



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