Mãe égua velha morro hoje
Moacir Rodrigues
Na parte rural da meu município de Passa Tempo morava uma família de muitas posses e, por essa razão, o filho mais velho estudava na Capital mineira. No entanto, naquela época não se contava com os recursos da comunicação mais rápidos como o telefone e o telefone celular. Tudo era feito por meio de telegramas, que usavam uma linguagem abreviada para ficar um porte mais barato, considerando-se que o Correio cobrava por palavra. Um certo dia chegou em Passa Tempo um telegrama dizendo o seguinte:
“ Mãe, égua velha, morro hoje”. O estafeta leu o telegrama e disse: “ que cara burro, além de chamar a mãe de égua velha, informa que vai morrer hoje. Levou o telegrama e entregou ao Guido, que transportava lei em uma caminhão para levar para a mãe do remetente. Ai o Guido leu o telegrama e traduziu. Ora, o que ele está querendo é evitar andar a pé. Quer que a mãe mande a égua velha lá no Morro, porque, hoje, ele vai chegar de ônibus de Belo Horizonte.
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