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Artigos-->Quantos Anos, Afinal? -- 29/03/2003 - 15:58 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Questão da Idade – Quantos Anos, Afinal?

(por Domingos Oliveira Medeiros)



A idade tem sido motivo de muita preocupação para o ser humano. E tudo porque a idade está associada ao fator tempo. Tempo que não pára. E parece andar bem mais rápido do que gostaríamos. E tudo porque, em relação à vida, somos como crianças num parque de diversões. Gostamos da brincadeira e, por isso, choramos quando a nossa mãe nos diz que temos que ir embora. A bem da verdade, gostamos de viver. Não aceitamos a morte. Porque não a conhecemos com profundidade. Nem fazemos questão disso. E sabemos que a morte anda de mãos dadas com o envelhecimento. Por isso, ninguém, ou quase ninguém, gosta de envelhecer.



Há, na verdade, um certo temor em relação à velhice. Velhice é sinal de que estamos no fim. E ninguém gosta de acreditar nisso. Ninguém admite a morte. Para a alegria dos empresários que vivem por conta deste temor. Academias, produtos esportivos, farmacêuticos, cabeleireiros, cirurgiões plásticos e as dietas: dietas da lua, do sol, da chuva, do universo e de toda a galáxia, enfim. Apelamos até mesmo para as orientações reveladas pelos “videntes”, pelos horóscopos, numerologia, simpatias, pais e mães de santo, de todas as seitas e crenças. Na verdade, amamos a vida. Seja ela de que tipo for. Daí a preocupação com a idade. Principalmente, por parte das mulheres. Que são belas por natureza, gostam de ser amadas e, por isso mesmo, fazem de tudo para manter-se jovens. Mesmo mentindo em relação à idade.



Acreditam até em teorias matemáticas que comprovam um sonho: à medida que envelhecemos, ficamos mais jovens. Como se voltássemos no tempo. O artifício que comprova esta tese é bastante simples. Analisemos, por exemplo, duas pessoas com idades diferentes: A, com 10 anos; e B, com 20 anos. Podemos afirmar que hoje, a pessoa B, com 20 anos, tem o dobro da idade de A, com 10. E que passados mais 05 anos, A terá 15 e B completará 25 anos. Constata-se, desse modo, que B já não tem o dobro da idade de A. Tem bem menos. E portanto estaria, em tese, bem mais jovem, após cinco anos. Claro que é tudo ilusão. Simples brincadeira. Mas vale à pena sonhar.



Na verdade, temos várias idades ao mesmo tempo. Dependendo do ângulo que estivermos observando. No meu caso, por exemplo, e do ponto de vista biológico, tenho cerca de 40 anos, aproximadamente. Do ponto de vista do humor, estarei completando, mês que vem, cerca de vinte e poucos anos. Mas, dependendo da piada, posso não passar de dez anos. À luz da idade mental, embora não possa provar cientificamente, acredito que tenha entre 30 e 90 anos. Para alguns assuntos, a minha idade é mais jovem. Para outros, mais avançada. Sonhando, por exemplo, não tenho mais que vinte anos. Dormindo, em sono profundo, com certeza, passo da casa dos cem. Estou quase morto. Ouvindo música, e dependendo da música, tenho de 16 a 35 anos, no máximo. O suficiente, portanto, para gostar do rock ao bolero, passando pelo samba e pelo chorinho. Com relação à vida e ao amor, posso dizer que tenho todas as idades. Com todas as certezas e incertezas, com todas as dores e alegrias sentidas, com todas as esperanças renovadas e com todos os sonhos e utopias. Cronologicamente, no entanto, não comento a minha idade. Pois é o que menos interessa. Medida, aliás, que as mulheres utilizam com justa razão. a idade cronológica é a mais incerta. E idade não se diz, se mostra. De preferência cada vez menor. E, se possível, mais bela. A geriatria, ramo da medicina que cuida dos mais idosos, costuma dizer que não se deve acrescentar anos à vida (para viver mais) e, sim, qualidade à vida, para viver bem.



Por isso, quando estou rezando, eu tenho a idade da razão e da fé. Comendo, a da fome, com parcimônia. Bebendo, a da sede. Sorrindo, a da pura alegria. Chorando, a da tristeza sincera. Esperando, a da confiança. Olhando para meus filhos, trago na lembrança muitos anos. Enfim, não sou jovem e nem velho. Estou vivendo. Dando um tempo ao tempo. E tentando fazer a minha parte. Para evitar desenganos. A propósito: quantos anos, afinal?







Autoria: Domingos Oliveira Medeiros





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