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Artigos-->160. A IMPORTÂNCIA DOS PEQUENOS ATRIBUTOS — OVÍDIA -- 29/03/2003 - 07:43 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


“Senhor Jesus, dai-nos o vosso amparo e a vossa luz!”



É assim que costumamos clamar ao Mestre, para que nos atenda nas situações aflitivas que, de época em época, soem acometer-nos o coração. Nessas ocasiões, enchemo-nos de fé nos poderes superiores e aguardamos, com paciência e boa vontade, que do Alto despenquem as graças para nossa recuperação.



Quando não satisfeitos, acometemos os céus com nossas imprecações, sendo que a mais tênue e singela é a de acusarmos os nossos guias de esquecidos e de injustos. Caso obtenhamos os favores solicitados, em breve agradecimento, lembramo-nos dos amigos espirituais, para, em seguida, quase imediatamente, lhes darmos as costas, em atitude irreverente em relação ao que prometíamos quando do pedido em desespero.



Estes fatos, descritos assim como coisas à-toa, parecem de pequena monta, entretanto, têm graves repercussões espirituais, pois nos predispõem o espírito a vagar imerso na penumbra durante largo tempo, até que tomemos consciência de que renegamos todos os conhecimentos adquiridos por obra e graça da boa vontade dos mensageiros do Senhor, para nos chafurdarmos nos atoleiros de nossa ignorância.



Somente quando formos capazes de assimilar os ensinamentos, de forma a nos conduzir em cada situação de vida segundo o modelo impresso na consciência e no coração, é que teremos autorização para voltar ao mundo dos encarnados para proceder ao resgate, através de obras especialmente preparadas para o evento, segundo o processo adjudicatório a que cada qual terá necessariamente de se submeter. Uma vez reintegrados no mundo da carne, no entanto, olvidamos os compromissos, tendo em vista padrões de procedimento aceitos socialmente, e voltamos a delinqüir exatamente do mesmo modo anterior.



Esses ir e vir vão cristalizando certas ações e reações que atuam segundo processo vicioso e não levam os indivíduos a engrenar marcha para a frente, sem que tenham a tentação de engatar a ré. Nesse vaivém, gastamos, penosamente, muitas reencarnações, até que, finalmente, por alguma luz captada em momento de extrema sensibilidade, provocada por fato emotivo extraordinário, quase sempre sob influenciação direta dos espíritos guardiães, a quem cabe velar pela consecução dos objetivos reais do reencarne, conseguimos compreender que os prejuízos se agravaram e os débitos se multiplicaram. Nesse instante glorioso, sentimos frenesi de recuperar o tempo perdido e nos lançamos quase às cegas a realizar tarefas que, muitas vezes, superam até mesmo a potencialidade atual, sem percebermos que somente com muita serenidade e reflexão é que poderemos reequilibrar o equipamento psicossomático, para que obtenhamos sucesso na luta para o nosso soerguimento.



Finalmente livres da opressão dramática que sentimos quando do retorno à vida em espírito e da verificação de que nossas condições em nada se modificaram, recebemos novos encargos e novas atividades, que resultam, cumpridos os necessários estágios de estudo e de socorrismo, em missão de nível evolutivo consagrador, mesmo que de efeito restrito para a aquisição, por exemplo, de alguma pequena virtude que, quase sempre, nada mais é do que a superação do defeito correspondente (alegria/tristeza; serenidade/agitação; comedimento alimentar/gula; sobriedade/embriaguez; etc.).



Esses cometimentos na ordem superior do intelecto que vimos pregando com insistência nada têm de ver com a sublimidade relativa às virtudes excelsas do Cristianismo. Trata-se de pequenos atributos pessoais que jazem no esquecimento de cada um de nós, que adquirimos o hábito de “grandes” leituras que exigem a aquisição dos bens superiores. Como chegar a obter o poder do perdão, por exemplo, se não somos capazes sequer de compreender simples atraso no pagamento?! Um indivíduo qualquer tira a vida do desafeto: perdoá-lo é ato de grandeza superior. Como chegar a possuir tal discernimento, se não formos capazes de perdoar o gato do vizinho que nos devorou o canário?!



São essas “pequeno-grandes” qualidades que, muitas vezes, fazem falta no relacionamento com os semelhantes. Sabemos de cor o pai-nosso e o repetimos freqüentemente, entretanto, não somos capazes de imaginar ato de amor que una os seres em torno da mesma mesa, para consumir o mesmo alimento, e insistimos para que fique um de um lado, outro de outro e muitos do lado de fora.



Se obtivermos sucesso nos empreendimentos menores, teremos condições de pensar nas graves leis da justiça, do trabalho, do amor, sob o amparo das excelsas virtudes da fé, da esperança e da caridade. Não sejamos hipócritas decorando e ocupando a memória com todo o rol das virtudes transcendentais, se não pautamos cada simples ato com os costumes mais comezinhos do afeto, do carinho, da reciprocidade de atenções, de simples sorriso estimulador, de palavra de esperança, de gesto de conforto. Se bem usarmos a língua para enaltecer as boas qualidades das pessoas, será grande passo para a obtenção de valiosos pontos para prosseguirmos cumprindo as obrigações mais elementares, que nos elevarão de posto na escala evolutiva e nos permitirão empenharmo-nos em novos e mais abrangentes cometimentos.



Sem perlustrarmos em dor pequenina os trechos mais curtos da caminhada, como compreenderemos exatamente o sofrimento maior do Cristo, em seu sacrifício pela nossa redenção?! Por isso, a vida no orbe terrestre é um caminhar sobre pedras pontiagudas. Podemos obter a felicidade terrena de tudo possuirmos de melhor: o aparato físico, o intelecto, a sensibilidade artística, a família bem constituída, os haveres abundantes, o sucesso profissional, a saúde perene. Mas, seguramente, tudo deixaremos para trás um dia e, se não estivermos preparados para o evento da transição, de nada nos valeu o gozo de alguns anos de convivência maravilhosa carne/espírito. Retornaremos do mesmo modo que ingressamos, tendo vivido “em branca nuvem”, como no sábio dizer do poeta(1). É por isso que devemos valorizar a vida de sacrifícios, mesmo que pequeninos, mesmo que cuidada somente no sentido de diminutos ganhos, porque será mais promissor o reingresso no plano da verdadeira realidade.



Muitas vezes, o nosso clamor ao Cristo: “Senhor Jesus, dai-nos o amparo de vossa luz!”, pode unicamente significar pedido de simples alerta para que nos ponhamos de guarda quanto a algum pecadilho que habitualmente cometemos. Se estivermos realmente precisando de amparo, como acreditar em que a divina misericórdia não nos atenderá na exata medida de nossa necessidade? Deus é pai e velará por todos em sua excelsitude. A nós, o encargo compromissado de proceder em harmonia com as leis cósmicas.



Vamos erguer os pensamentos aos céus para obtermos a graça de bem compreendermos as nossas reais necessidades, para que sejamos capazes de superar as deficiências, obstáculos à evolução.







“Senhor Jesus, amparai-nos em nosso despautério. Enviai os mensageiros de vosso amor, para que nos esclareçam e nos ajudem a descobrir quais os pequeninos atributos de que precisamos para ascender, um a um, os degraus que nos levarão até vós. Tornai-nos o coração verdadeiramente agradecido pela misericordiosa ajuda que a cada passo nos é dada. Fazei com que saibamos reconhecer a nossa missão e fortalecei-nos o ânimo para suplantar tantos pequenos vícios que nos sufocam a consciência e não permitem que saibamos quem realmente somos. Assoprai as cinzas que escondem a centelha de luz que nos foi implantada no ser e fazei de nós servos fiéis e cumpridores.”







(1)Francisco Otaviano: “Quem passou pela vida em branca nuvem,

E em plácido repouso adormeceu;

Quem não sentiu o frio da desgraça,

Quem passou pela vida e não sofreu;

Foi espectro de homem, não foi homem,

Só passou pela vida, não viveu.”









COMENTÁRIO — MANUEL



Ovídia, integrante antiga da equipe, quis submeter a mensagem à nossa apreciação. Deseja parecer orientador, para que possa armar os textos segundo princípios mais esclarecidos. Este pedido é inédito, pois tem total domínio da matéria, mas não nos espanta, porque sabemos da humildade que caracteriza seu procedimento. Assim, atrever-nos-emos a emitir alguns conceitos, que correm o risco de ficarem no limiar do puro elogio. Feito o preâmbulo, vamos citar alguns senões que, do nosso ponto de vista, são fáceis de contornar.



Em primeiro lugar, deixou o médium um pouco à vontade demais, imprimindo-lhe imantação tênue, talvez para que pudesse colaborar mais livremente com o seu linguajar desenvolvido, uma vez que se trata de experto no que se refere ao vernáculo. Evidentemente, não lhe deu total liberdade para a elaboração sintática das frases nem para a escolha da terminologia, mas permitiu-lhe que optasse por este ou aquele vocábulo, sempre que se apresentasse mais de um para composição da frase. Nesse sentido, somos de parecer que os termos devem ser mais vigorosamente impressos na mente do médium, que ficará mais preso ao trabalho, embora, por vezes, se perca o rigor que poderia ele auxiliar a imprimir à frase. Por certo, este padrão de procedimento não é o costumeiro da irmãzinha e, se assim o fez, foi por conhecer os méritos lingüísticos do instrumento.



Por outro lado, decorrente do mesmo problema, observamos que, por várias vezes, o teor da mensagem se viu prejudicado, sofrendo interrupções e alguns refazimentos para que, finalmente, se pudesse obter o desejado efeito. Como o relacionamento entre os planos estava plenamente assegurado, não houve qualquer prejuízo, a não ser demora maior para se chegar ao término da transmissão.



Em terceiro lugar, podemos censurar (este termo aqui é extremamente forte) a repetição das idéias, tendo em vista o nível sociolingüístico em que se estruturaram os esquemas da linguagem, ou seja, pessoas cultas, capazes de bem compreender tais léxico e construção fraseológica, estão plenamente aptas para interpretar com correção os pensamentos, as idéias, os sentimentos envolvidos, em passagem única.



Quanto ao encadeamento da argumentação, temos a observar que a ordem de preferência de construir o texto a partir das principais inferências foi cumprida cabalmente, de forma que a conclusão se deu com muita propriedade, reservando-se para o final, em forma de oração, a peroração, que abrangeu todas as idéias que nortearam a confecção do texto.



Está, pois, a irmãzinha de parabéns e deve perdoar-nos o atrevimento da demonstração de seu principal desvio do caminho reto, quando nós mesmos permitimos ao médium que escolhesse a terminologia de acordo com a sua preferência, segundo critérios próprios de precisão, propriedade, tecnicidade, elegância (sem deixá-lo descambar para o poético, o que repudiaria, evidentemente), pesquisando dentro de seu acervo intelectual, sem qualquer sugestão de ordem preferencial nossa. Esse atrevimento (esperamos tê-lo conseguido) se deu no sentido de tornar bem claras as razões, traduzindo-as pelo fato comprobatório.



Vamos encerrar o discurso, retomando a ascendência através da magnetização habitual. Queremos deixar o médium à vontade, para que possa verificar que o trabalho foi extraordinariamente fértil em sugestões para aplicação de sua mente, que poderá tirar alguns ensinamentos como coroamento da tarefa. Queremos agradecer-lhe a costumeira boa vontade e solicitar se digne prosseguir trabalhando, para honra do socorrismo mediúnico.



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