A cada ano que passa eu mais me convenço de que o maior problema do Brasil é a sonegação fiscal e o mau uso do erário. Quando isso for resolvido, nós poderemos deixar de pagar tantos impostos como se faz na Noruega e passaremos a ser atendidos pelas mãos de um governo rico, probo e sustentador de desenvolvimento. A fartura dos serviços sociais oferecidos à população só pode ser dada, de forma honesta e justa, se os impostos forem acertadamente pagos e devidamente aplicados pelo governo que os arrecada. Enquanto existir o rouba-rouba, não sairemos dessa mesmice inútil em que nos achamos encalhados há tanto tempo. Continuaremos endividados e pobres.
Segundo o Ministério da Saúde, há no Brasil aproximadamente seiscentos mil cidadãos entre 15 e 49 anos vivendo com HIV/AIDS. É um dado estarrecedor. E talvez o programa do governo federal contra esse mal seja um dos menos incorretos em uso por nossos dirigentes. Como manter vivo um programa como este se nos faltam os recursos sonegados no dia-a-dia da valsa da esperteza de tantos? Apesar de sabermos que nossa carga tributária é estratosférica, penso eu que a sonegação é bem maior do que ela. Se não se sonegar, não se chega a lugar nenhum. Pior que é essa uma realidade virtual da coisa.
Nossa economia exercita-se bem, mas de que adiantarão músculos fortes se não há uma alimentação saudável para ela se sustentar cotidianamente? A sonegação fiscal é um alimento apodrecido que não move a cidadania, mas sim o retrocesso e a falta de todas as necessidades sociais. Se somos obrigados a pagar os impostos, que o façamos, mas não a ponto de empobrecermos e quedarmos de vez e de tudo.
O governo taxa a lenha, o fogo e a fumaça. E como se não lhe bastasse a fome de impostos, taxa até o ar que respiramos. Falta ainda ao governo taxar-nos o pensamento e fechar definitivamente o seu cerco perverso de subtração até do nosso fólego de vida. Ou o governo muda de vez esse modelo nefasto de cobrar e arrecadar impostos em demasia ou não irá sobrar nos seus cofres sequer a lama do brejo onde a vaca morreu atolada. É uma barra dura pagar-se imposto certinho neste país tão faminto. Transitam no Congresso Nacional os sussurros de uma nova reforma que contempla tudo isso. Tomara que não a abafem ou a transformem noutra imprestável de se ter!
