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Contos-->Der Perfekte Traum - Capítulo XV -- 15/06/2001 - 10:05 (Samuel Ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Stridenti Mortari, Pelxp Solari in Durovernun VVXI

Preâmbulo

Meu nome é Akrópoles, e, embora lembre vocábulos gregos, sou descendente de Sestumspters, uma raça já aniquilada do convívio de seu planeta água, cuja materialidade cartesiana e excessiva, lhe atribui o nome de Terra.

Como eu disse, faço parte da primeira linhagem de seres com corpos mortais que habitou esse local que hoje você vive. Fomos produzidos em larga escala para orientar as criações químicas e gasosas que formariam a atmosfera terrestre e desde cedo tivemos lições de alquimia elementar, embriologia humana, semiologia das massas e arqueologia mental com o professor Pascoale Neto. Minha existência física hoje é percebida vez por outra, quando resolvo materializar-me em algum cérebro, pois minha carcaça física foi substituída por um outro equipamento, sensivelmente superior aos que vocês possuem e efetivamente livre de danos significativos, já que ele está em um nível acima ao do físico. Hoje contemplo minha existência desse plano, e minha maior diversão, depois que o Gavião Bueno, renomado jornalista e bicheiro, tornou-se um célebre narrador de partidas de bretão esporte, é observar seu mundo.

Antes que vossas manifestações se apercebam a mim na forma de dúvidas, explico o motivo desse capítulo XV, e o porque da narrativa estar sendo apresentada de modo fragmentário aqui. Evidente que para vocês, seres lineares e racionais, ela é fragmentária, já que sua lógica permite concluir que fatos ou histórias iniciam no capítulo I. Ledo e nefasto engano. Em outra circunstância esboçarei minhas conclusões a respeito do tema "enganos", pois como projetamos seu cérebro, creio tal qual alguns apresentadores de tevê que esboçam um conhecimento ímpar sobre tudo, poder emitir pareceres a respeito com certa autoridade.

O que descrevo antes do capítulo XIV, não é relevante aqui. Minha existência foi direcionada ao acúmulo de atribuições mentais e metafísicas, sem as quais eu não seria capacitado a dar continuidade ao processo de gestação embriológica do seu planeta ovóide. A árdua tarefa de gestação de humanóides consumia todo nosso tempo útil aqui em Autopoyesys (nossa comunidade local). Dedicávamos boa parte do tempo buscando um ser corporeamente perfeito. Algumas falhas, evidentemente, ocorreram nesse processo de busca, gerando seres amorfos cuja linhagem, hoje, geraria algo entre o R. Carlinhos (o que pratica o bretão esporte) e o Pablo Santanium (hábil bêbado e jornalista fim de carreira). Em outra circustância produzimos um ser bisonho, cuja face me lembrou em muito ao Velmonar Modess, apresentador tapa-furos em telejornais, mas a inteligência de tal criatura era tão nula que decidimos extirpar-lhe os órgãos reprodutores, o que não impediu, no entanto, que a aberração espalhasse sua linhagem pelo globo e pela globo. Comenta-se que ele teria utilizado os ensinamentos de Uri Gueller para fazer levitar sua genitália e então procriar-se.

De todo modo, creio não ser agradável a leitura de descrições tecnicistas sobre uma série de ciências existencialistas por nós utilizadas. Vocês poderiam querer apoderar-se desses conhecimentos para produzir outras aberrações. Se nós, com todo o conhecimento e ocupando um coeficiente cerebral próximo ao de Einstein e Costa e Silva nos deixamos acometer por lapsos, o que dizer de vocês, míseros seres midiático-ignorantes. E mesmo que eu quisesse, não posso desvelar esses segredos. Não quero escrever um nova "Odisséia de Prometeu" e tampouco ser alvo de comparações infundadas.

Recordo outros seres que ainda partilharam algo de nossa existência lúgubre e metodista: Paracelso, Caiballion, Galileu e Van Gogh, mas o despreparo deles para vivenciar situações como as que vocês classificam cotidiano e normalidade os tornou excessivamente fora de seu tempo, e sobretudo, lúcidos em suas cadeias de pensamento. Paracelso talvez tenha logrado algum bem material transformando metal em ouro, porém não pensou o ouro em objetivos mercantilistas. Já, atualmente, eu poderia citar outras transformações menos nobres e que diferem sobretudo, em caráter. Lair Dinheiro, empresário e letrista, transforma bobagem em papel e papel em dinheiro e, por sua vez, dinheiro em ouro. O próprio Johanpeter GG-50 transforma o aço, um metal nem tão nobre, em ouro e em casas noturnas, provando que as transformações alquímicas ainda co-existem pacificamente com o liberalismo e o feudalismo intelectual. Essas transformações, embora longe da purificação interior alquímica, são habilmente descritas pelas teorias que orientam seu mundo, sobretudo a Economia, a Burrologia e a Queroficaricoumdia.

Reporto-me novamente ao capítulo XV da narrativa, já que é justamente nesse que se estabeleceu o primeiro conflito na organização societal de Autopoyesys. Trata-se sim, de um capítulo negro e que se estivéssemos em seu mundo, tudo seria certamente acobertado pelos organismos governamentais e científicos, tais como a Nasa. Um lapso terrível e que, de certa forma, poderia contribuir com a total submersão de Autopoyesys embaixo de águas profundas e negras, tanto moral quanto fisicamente. Mas mesmo assim, outros fatos levaram em outras circunstâncias ao fato descrito e prometo em breve dar mais detalhes.

Na época (não o material impresso) estávamos em posse de um conhecimento novo. Lundinius havia retornado de Gânglegueion há poucos dias e descobrira lá uma espécie de seres pacificamente agressivos, cuja base da civilização era o Silícium, um metal amplamente utilizado em nossa sociedade apenas como bases domésticas, quais eram, o escoro de porta e o revestimento de tubos metálicos. Em Gânglegueion, porém, o Silícium era empregado no fazer artístico e cultural, e mais que isso, perpetuava o contato físico e emocional de seus habitantes. Ninguém saia de Gânglegueion sem tomar contato com o Silícium, nem mesmo Lundinius. Ele, maravilhado com as possibilidades de emprego do metal, à nossa época e local, fartos, imediatamente reuniu-se com nossos mentores para discutir novas formas de usos do Silícium no nosso meio social. Acostumados que estávamos com novidades, nos abrimos às novas possibilidades apresentadas pelo Silícium.

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