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Artigos-->O SENHOR NÃO É. O SENHOR ESTÁ. -- 26/03/2003 - 12:09 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SER OU ESTAR, EIS AS QUESTÕES

(por Domingos Oliveira Medeiros)





As pessoas, não sei exatamente porque, acabam transformando em definitivo o que deveria ser provisório. E isso, é bom que se diga, acontece há muito tempo. Bem antes de o presidente Fernando Henrique, junto com os mágicos que comandam nossa economia, brigar pela CPMF - Contribuição Provisória (de Caráter Permanente) Sobre Movimentação Financeira. Que aliás, como diria o poeta Vinícius de Moraes, só é provisória enquanto durar, o que vem a ser a mesma coisa.



Tem gente que enche o peito para dizer que é Vasco, que é Flamengo, que é Palmeiras, que é Grêmio ou Corintiano desde pequeno. Outras têm outros gostos. Enchem o pleito e dizem: eu sou oposição, eu sou situação, eu sou de direita, eu sou de esquerda. E tem até, em política, os que dizem que não são nada: são os indecisos. São os o que não votam por convicção. Convictos que não têm convicção alguma. E tem a turma dos mentirosos. Eu sou machão. Eu sou doido por mulher. Eu sou amante à moda antiga. Eu sou louco por farinha, sem ser cearense, e assim por diante.



Na verdade ninguém é totalmente. No máximo, somos parcialmente. Ou por algum instante. E, sendo assim, não somos, estamos. Ou estaremos. Ser, sugere o permanente, o imutável, o definitivo, o completo. Ser não se confunde com o temporário. Ou se é, ou não se é.



E, se for, ainda restará uma dúvida: até quando?, Por conta disso, não se mais será para sempre. No máximo, quando muito, estará. Se não for, o que é mais provável, é porque não é. E, sendo assim, a tese estará comprovada. Mas a tese também não será, posto que não é definitiva. Haverá sempre a possibilidade de contestação e de mudança.



Eu estava acreditando que o mundo caminharia para a paz. Agoura não estou mais. O Bush me decepciona. A história já foi, ou melhor, já esteve aqui presente. Agora é passado. Ausente. Não é totalmente. Mas estou de volta com minhas esperanças. Pois não carrego ódio nem rancores. Acredito em Deus e nos homens. Não sou de lado algum. Estou em todos os cantos. Onde me identifico com seus valores. Com suas crenças. Iguais as minhas.



Por isso, estou daqueles que acreditam que um dia este país irá encontrar seu rumo. Estou confiante de que Israelenses e Palestinos encontrarão uma maneira de convivência pacífica, e que o mundo todo possa viver em paz.



Estou certo de que os EUA, um dia, deixarão de pensar que são os donos do mundo e passarão, no lugar de atirar bombas e invadir países, a ajudar todos os povos. De ajuda para que todos sejam prósperos e amigos. Estou convicto de que o FMI modificará sua política financeira e dará maior importância aos aspectos sociais e de desenvolvimento com justiça social das nações.



Estou daqueles que acreditam que não existem pessoas que são viciadas em drogas de qualquer tipo. Apenas essas pessoas estão viciadas e deixarão o vício a qualquer tempo. Estou das pessoas que acreditam em Deus. Estou entre os cidadãos que não têm dúvidas de que naquela história do apagão o presidente tinha toda a razão ou estava redondamente enganado.



Estou entre as pessoas que acreditam nas seis ou sete versões para a famosa quantia de 1,34 milhão de reais encontrada no Maranhão.



Estou torcendo para que o governo Lula dê certo. Que o Programa Fome Zero deslanche. Que o Bush perca esta guerra. Estou sendo utópico. Estou. Estou onde sempre estive. Com meus pensamentos. Atirando meus mísseis de indignação, quando é preciso. Recolhendo as bombas da ingratidão, e desarmando-as. De uma coisa eu tenho certeza: não sou o dono da verdade e, portanto, não estou tão certo assim do que disse até agora. NÃO SOU MALUCO. Nem estaria sendo.



Mas, se querem uma resposta mais pragmática, vá lá: às vezes, sou de direita: escrevo com a mão direta; gosto das coisas certas; se dirijo devagar, tomo à direita. Procuro acordar com o pé direito. E sou pela Justiça, pelo Direito. Mas, também sou de esquerda: quando atraso em uma hora o meu relógio, por conta do horário de verão. Ou quando vou vestir a calça, para guardar meu velho companheiro, o comunista inveterado, sempre do lado esquerda da barguillha. Ou dirigindo com pressa, tomo à esquerda. E fico no centro, às vezes, esperando os acontecimentos para que me decida para onde vai o vento que sopra a liberdade. Para que eu possa estar sempre do seu lado. Não sou, portanto, o “Senhor não é”. Talvez, o Senhor Estar.









Domingos Oliveira Medeiros

Reapresentando.23 de abril de 2002







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