É passada a época em que os europeus acreditavam que aqui entre nós só havia índios e papagaios. A Espanha precisa reconhecer a nossa importància, não apenas como turistas, mas como cidadãos responsáveis e politicamente livres. Seus aeroportos não nos podem parecer com cárceres diferenciados, mas com portais de entrada de nossos cidadãos e de seus dinheiros para serem gastos. Dente por dente e olho por olho é o que deve ser feito de imediato, até como convite para que Brasil e Espanha se sentem à mesa de negociação e resolvam tratar-se igualmente também em suas intervisitas turísticas ou outras.
A rainha Sílvia deve ter ficado entristecida com esses recentes episódios que culminaram com a proibição, por parte das autoridades da imigração espanhola, da entrada de turistas e pesquisadores brasileiros em seu país. Afinal, dentro dela pulsa um coração brasileiro. É uma situação absolutamente contornável porque, se fosse mesmo para apertar as "entradas" dos cidadãos de seus respectivos países, onde estaria o maior problema: o retorno dos Espanhóis que vivem no Brasil ou o inverso? Nosso país, além de ser continental, está passando por uma fase nova de crescimento político-social. É melhor pensar em calmaria e evitar erupções desnecessárias. Contornar é sempre melhor do que erupcionar as emoções. Eu penso assim.
Se há muitas brasileiras prostituindo-se nas grandes capitais da Europa, é porque lá há mercado para isso e, portanto, o pecado deve ser dividido entre as partes que com ele se comprometeram. Se há brasileiros dispostos a ganhar euros para lavarem as privadas espanholas ou trabalharem como manicuros e cabeleireiros, paciência, são apenas trabalhadores à procura de crescer e crescer. Se há espaço para esse tipo de busca, é pouco provável que ele deixe de acontecer. Com isso nossos jovens trabalhadores estão dando uma clara demonstração de vontade de trabalhar e vencer na vida. O velho continente é um dos mais ricos do mundo; nada é mais atrativo do que se saber disso. Nem tanto nem tão pouco. Há de equalizarem-se as idas e as chegadas. Esse fluxo é bastante salutar aos dois países desde que feito sem os exageros que se têm visto setorialmente.
Eu me senti fortalecido ao ver a decisão de igual para igual que nossas autoridades de imigração resolveram tomar. Valeu! Foi bom! Tomara que seja sempre assim! O Brasil deixou de ser um país de segunda classe para ser o maior líder do continente sul-americano. Respeito é bom e dele nós gostamos, não é mesmo? De agora para a frente vai ser assim: bateu, levou! Parabéns à Polícia Federal! Um país grande também se constrói desse jeito.
