Que grato é o terno sentir, quando se limita ao "Mundo Mágico da Fantasia"...
A Internet tem sido para mim um ponto de encontro e de espera, onde intelectos afins se dão conta de que não estão sós em seus sonhos.
Já dizia o Poetinha que "A vida é a arte do encontro"...
Não me refiro, aqui, àquele sentimento vulgar e especulativo de mentes amarguradas e solitárias que vêem, em cada ser do sexo oposto, uma vantajosa aventura pornográfica e imbecil bem de acordo com o tamanho de sua imaginação mesquinha.
Não!
Falo de um sentimento “assexuado” de almas em evolução.
Sei que brinco e extrapolo, por vezes, na onda tacanha de solilóquios vazios. Mas, brincar faz parte do lazer. E eu me divirto vendo que alguns adultos, piores do que adolescentes em conflito, demonstram suas carências através de discursos hilariantes, queixosos, como o menininho a dizer: “Olhai, mamãe, ele me bateu!”
Sacanagem mesmo é quando, por ignorância estilística, desconhecedores da flexibilidade da linguagem, principalmente no seu tom literário, dão às palavras expressivas de nosso texto um cunho denotativo, que nada tem a ver com a realidade. E não são poucos!
Desconhecem que existe um “eu-lírico” ou “personagem” que habitam o universo mágico de nossa criação literária.
Mas, não se dão conta, tamanho é o obscuro poço de vulgaridade em que vivem mergulhados seus neurônios.
Como se pouco não fora, ainda conseguem interpretar que nas entrelinhas de um poema repousa uma traição velada, ou até uma paixão sufocada.
Quem de nós, poetas, não tem em seu âmago milhares de paixões sufocadas?
Só que são paixões sem rosto, sem nome, sem gestos. São paixões fugidias ou etéreas aprisionadas no mundo indelével de nossos oníricos pensamentos em profusão infinita.
Certa vez, quando escrevia no site “Rabisca Coração”, da amiga Kharol, o primeiro onde publiquei meus poemas, conheci ali vários poetas e, à medida que nos comunicávamos, ia crescendo um ajuste intelectual que nos fez, algumas vezes, “rabiscar juntos”.
Fiz crônicas com Ivan Leal, grande mestre da UFRJ, com Luís Ceresillo, sociólogo da Universidade de Évora, Luiz Manuel, um músico também de Évora, Leonard Francis, mestre da UFF.
Enfim, já escrevi em dueto com vários usineiros, sem que nenhum deles me tenha levado “algum pedaço”... E foi muito prazeroso!
As cabeças mesquinhas, porém, não alcançarão jamais a pureza desses encontros, desvirtuando tudo o que lêem, dando-lhes significados vis, como vil é cada uma dessas almas que habitam o esgoto da escrotidão negligente de entranhas corroídas pela ignorância.
Tenho saudades da Home “Rabisca Coração” e de Kharol, onde formávamos uma pequena (e seleta) academia literária.
Foi lá que criei a “Poesia Online”, uma resposta a um dos muitos poemas de Leonard, um dos amigos virtuais mais queridos que amealhei nas minhas navegações pela Internet: