Ainda na década de 70 eu trabalhava na esquina da Rua Tupis com a Av. Afonso Pena, na querida Belo Horizonte, quando numa manhã ia saindo do meu trabalho e tentava atravessar a sempre disputada Avenida, momento em que veio uma viatura da polícia civil em desabalada carreira e com sirenes abertas a todo vapor. Como o trânsito ficou congestionado na Avenida, o motorista daquele veículo se viu forçado a usar os freios do carro para frená-lo num espaço muito curto, o que provocou o capotamento daquela perua velha cheia de lâmpadas vermelhas e amarelas. Quando o carro virou-se de costas no asfalto ocorreu um fato inédito: transportava ele várias latas de lavagem (comida velha e azeda) que haviam se acumulado com a sobra da comida dos presos. Naquele momento o mau cheiro invadiu o local e os repórteres dos jornais começaram a questionar o policial porque estava correndo tanto se não estava cumprindo nenhuma missão policial, e ele respondeu: “estou indo levar lavagem na casa do Dr. Delegado”. É que o Delegado engordava porcos em um bairro da cidade e se utilizava para tratar deles a lavagem que era acumulada com os restos de comida dos presos. No outro dia, os jornais estamparam o fato em suas primeiras páginas. Como entender uma situação dessas: o carro correndo como se estivesse promovendo uma perseguição policial, de sirenes abertas e piscando intermitentemente, indo levar lavagem para o delegado engordar porcos dentro da Cidade, outra situação não permitida pelas posturas municipais. Veja como em nosso País acontece de tudo…