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cronicas-->Margaridas -- 12/04/2008 - 21:15 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
25 fev 2008 - 494 - NR

A escada que dá acesso ao meu escritório é destas escadas encaracoladas. Muito incómoda. Politicamente incorreta, não aceita cadeiras de rodas, portadores de muletas, bengalas e outros acessórios para pessoas com necessidades especiais. Não se recomenda o acesso de vovozinhas, mesmo aquelas que usam as pernas próprias. Minha querida e estimada cadela, também está impedida, mas neste caso, talvez seja uma intervenção do divino a bem de assegurar a existência do escritório. Sinto, não fui eu quem a construiu.

Mas a questão não é esta. Ocorre que há menos de um ano junto à escada foi plantado um pequeno arbusto. O arbusto cresceu, se desenvolveu e aos poucos foi acompanhando a escada, assim como o pé de feijão do Joãozinho que chegou ao céu. Bem, o arbusto ainda não chegou a tanto, mas está a caminho. Por enquanto está chegando à altura da porta do escritório.

Este arbusto é uma "margarideira" - ou que outro nome tenha - e fica muito bonito quando ocorre das margaridas florescerem todas simultaneamente. Margaridas grandes, amarelas, quase girassóis.

Pois me ocorreu deixá-la crescer na esperança de que seja possível esculpir no seu interior (entre os galhos) uma passagem coincidente com o vão da escada, assim como se dá com os bambus na estrada de acesso ao aeroporto em Salvador. Bem, menos, menos. Melhor reduzir a comparação sob pena de acharem que aluguei o escritório de algum reitor de Universidade Federal. Não é o caso, trata-se apenas de modestíssimo escritório caseiro. Apenas o suficiente para meu dia a dia.

Bem, naturalmente que podem surgir problemas. Outro dia, já no terceiro expediente, entre alguns cochilos sobre papéis que eu fingia examinar e algum trabalho consciente e produtivo, quando abri os olhos havia uma imensa jaguatirica no meio do escritório. Ela me fitou com o olhar fixo em meus olhos, pensava me hipnotizar e talvez o tenha feito sem que eu notasse. Já estava deitada sobre as almofadas como quem finalmente adquiriu a casa própria. Não sei se este fato teve realmente relação com a "margarideira", mas passaram-se longos segundos até que eu me desse conta de que se tratava apenas do gato do vizinho. Talvez gata. Ufa! Foi um sufoco.

Imaginem, o que eu poderia fazer com uma jaguatirica no meu escritório? Não acho que o "choó" que impulsivamente dei ao gato surtisse efeito com ela. É vocês precisam ver a cara da jaguatirica, me olhando. Não era exatamente a de um irmão de fé, nem mesmo um olhar de desprezo. Era um olhar "daqui não saio...".

Por outro lado, fico imaginando o que pensaria uma jaguatirica ao me ver assim, do outro lado da mesa? Pediria um café e começaria uma conversa amena tentando disfarçar a invasão que fez em meu escritório? Penso que não, pelo menos não esta. Não foi fácil não.

Passado este susto fiquei apreensivo.

E se aparece uma anaconda?
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