COMO MILAGRE ACONTECE
Pierre De Rudder era operário agrícola. Perdera a primeira esposa e filho, e do segundo casamento perdera sete dos nove filhos. Um dia, Pierre se deteve a conversar com dois conhecidos que estavam derrubando árvores. Ao sentar-se sobre um tronco, uma árvore que estava sendo derrubada caiu sobre Pierre, quebrando-lhe a perna esquerda, triturando tíbia e perônio a seis dedos do joelho até o pé, conforme testemunho dos conhecidos e do médico que imobilizou sua perna.
Várias semanas depois, ao retirar o aparelho, constatou-se que não havia nenhum progresso, ao contrário. Os fragmentos de osso, desprovidos de seu periósteo, estavam banhados em pus. Chaga sangrenta. E uma longa ulceração no peito do pé. Quando o médico retirou um “secuestro” – pedaço de osso morto –, a perna de Pierre balançou. Grandes médicos da Bélgica analisaram o doente, como o doutor Tschacker, de Brugges, doutor Verriest, presidente da Associação Médica da Bélgica e doutor Vaulaert. Não havia remédio para o caso do operário por falta de periósteo.
O balançar da perna danificada infeccionava cada dia mais a chaga purulenta. Passam-se meses, anos, oito anos. Os médicos concluem que só a amputação da perna pode lhe salvara a vida, mas dadas as circunstâncias, até a amputação seria muito arriscada. Nesses anos há abundância de testemunhos, médicos e particulares, com riqueza de detalhes. O doutor Verriest o examinou quatro vezes, sete anos após o acidente, poucos meses antes de Pierre De Rudder ir à Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, Oostacker, Bélgica. A constatação dos médicos era a mesma: chaga purulenta e fétida, perna rodopiando.
Pierre De Rudder, muito católico, foi à gruta de Lourdes a fim de rezar. Expectativa... sorrisos e lágrimas... E instantaneamente a gangrena desapareceu! Recuperação instantânea dos ossos e carne! Cicatrização instantânea! Pierre se levantou, ágil e andou.
Em companhia da esposa e de várias testemunhas, Pierre vai ao castelo da marquesa de Courtebourne, onde se constata o milagre. No dia seguinte e nos outros... Todos os médicos que o trataram viram e tocaram o milagre.
E o milagre pôde continuar a se verificar por anos. Pierre De Rudder não recuperou o tendão do polegar do pé esquerdo (que perdera por supuração), mas o dedo funcionava perfeitamente! A perna ficou exatamente no mesmo tamanho que a outra, apesar dos quatro centímetros que lhe tinha cortado o médico!
O livre-pensador visconde Du Bus de Ghisignes, após o milagre, converteu-se e reconheceu que estivera errado em toda a vida. Com o fechamento das feridas, abriram-se os olhos de vários médicos que antes eram cegos em religião.
O operário voltou por 23 anos a Oostacker para agradecer à Nossa Senhora o milagre que ela alcançara de Deus. Morreu aos 75 anos. Treze anos após a morte, cinco filmes radiográficos mostram que a solidificação foi instantânea e perfeitamente da mesma estrutura óssea que a outra perna.
Que diferença deste milagre verdadeiro com as charlatanices e perigosas sugestões dos curandeiros!
Por Luiz Roberto Turatti, aluno do Centro Latino-Americano de Parapsicologia, CLAP (www.clap.org.br), dirigido pelo Prof. Dr. Padre Oscar González-Quevedo, S.J.
Esse artigo já foi publicado em:
- “Tribuna do Povo”, Araras/SP (Brasil), domingo, 15/8/1993.
|
