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Cronicas-->Passe livre para a violência -- 31/03/2008 - 16:01 (Marilisa Loureiro Gomes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

PASSE LIVRE PARA A VIOLÊNCIA

Domingo de Páscoa. Vínhamos eu e meu marido pela Avenida Rio Branco. Recém havíamos saído da missa quando ouvimos a sirene de uma ambulància. Andamos mais uns metros e nos deparamos com um aglomerado de pessoas, uma massa compacta, que não se mexia do lugar e dificultava a nossa passagem. Na ponta dos pés espiei sobre a multidão e percebi um rapaz ensanguentado sendo acudido por duas pessoas que deviam ser da área médica, deduzi, por estarem próximas da ambulància. Tentando sair do meio do tumulto, olho para o chão e percebo que estou pisando sobre sangue. Exatamente! A calçada está vermelha de sangue. Lamento pelos meus sapatos novos e um milhão de vezes mais pela pessoa que perdeu aquele sangue todo!
Segunda-feira, pelo jornal, fico sabendo exatamente o que aconteceu no dia anterior. Dois rapazes esfaqueados. Era um domingo de passe livre.
Algo contra o passe livre? Nada! E tudo contra a ociosidade! Quem imaginou o passe livre, deveria ter imaginado também que milhares de pessoas estariam se deslocando pela cidade. Que estas pessoas, que não têm dinheiro para pagar uma passagem de ónibus, também não têm dinheiro pra comer. E aí, o que acontece? As pessoas que moram na periferia vêm todas para o centro da cidade! As lojas fecham as suas portas. Há shopping que fecha até a praça de alimentação e o cinema. Não há nada pra ver, não há nada pra fazer. O restaurante popular abre em dia de passe livre? As pessoas, com fome e sem terem o que fazer, fazem o que? Estranham-se, se desentendem, brigam! Possivelmente sintam uma revolta que não conseguimos avaliar.
Passe livre? Sim, mas também opções de diversão e alimentação gratuitas. Delírio? Não! Preocupação, principalmente com os jovens que em dia de passe livre ocupam o centro da cidade. Ninguém se importa com eles. Quem se preocupa em saber o que eles gostariam de fazer num dia de passe livre? Quem se preocupa em saber o que eles pensam sobre o passe livre? Quem se preocupa em saber se eles estudam? Se eles trabalham? Se eles têm família?
Por que em dia de passe livre não tem shows musicais na praça? Por que não tem sessões de cinema como nos dias do festival de cinema? Por que não há apresentação de peças teatrais? Por que não há distribuição de erva-mate e água quente? Por que o restaurante popular não oferece almoço gratuito para as pessoas que utilizam o passe livre? Por que o RU (Restaurante Universitário) não abre suas portas para estas pessoas também? Afinal, somos todos irmãos. Por que uns têm mais direitos que os outros? Por que a sociedade como um todo, não participa de um projeto de inclusão social, sem partido político, mas, com boa vontade, com generosidade, com justiça?
Não sejamos ingênuos de acreditar que com os impostos que pagamos podem ser resolvidos todos os problemas do país! Os recursos são limitados, mas, as necessidades são infinitas!
E para aqueles que pensarem que eu não sei dos desvios das verbas públicas, afirmo-lhes que sei. E que há como resolver isto, ou seja, através do voto.
Em tempo: não sou candidata a nada.

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