AMOR, AMOR...
Nesta noite,
o meu barco vai partir,
ele tem o teu nome, e sem rumo,
no seu mastro, vai
tremulando uma bandeira
sem rosto algum.
Não deixará feridas,
arribado, não levará os olhos sedutores
encobrindo o rosto da amada.
Levará apenas um coração adernado,
o perfume da maresia, da brisa
e do vento salgado circundando
o tempo e os desejos revestidos
de invernos no cinza-nevoeiro
da minha rota desconhecida.
O meu barco vai partir,
descerei ao cais, aos mares,
ao abismo das estrelas,
e nesta noite fria, farei de ti
minha doce fonte de onde fluirão
cicatrizes da minha partida.
Oh, amada!
A auréola dos meus sonhos,
agora são flores submersas,
rubras amapolas do verão
amareladas pelo tempo.
Penumbra da partida,
desesperos do silêncio!
Amor, amor, amor...
Tu és aquela da minha clara alma,
venhas em pensamentos, que irei sonhando,
nenhuma primavera virá sem o teu riso,
volta! Volta, eu estou te esperando.
Nhca
Jun/01
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